Joaquim Levy informa bases do programa econômico para 2015
O ministro da fazenda informou ao Valor que pretende fazer programa com "alicerces mais liberais"
Joaquim Levy informou que seu plano para a economia brasileira tem como objetivo a recuperação do superávit fiscal, uma nova abertura econômica, reformulação da política de crédito, redução dos subsídios e "realismo tarifário" para o setor elétrico. Para Levy é importante combater o aumento do desemprego e do crescimento, no entanto, sem o aumento do limite de crédito ou expansão fiscal. O ministro da Fazenda afirmou que os futuros membros da sua equipe serão anunciados em breve. As medidas fiscais serão anunciadas em 2015.
Diante do cenário previsto por praticamente a unanimidade dos economistas, de estagnação e alta inflação para o próximo ano, o ministro acredita que suas novas diretrizes podem levar a uma retomada da economia em 2016. De acordo com a publicação, as bases da política serão a transparência e a eficiência, necessários para recriar a confiança do brasileiro na economia do país, levando ao aumento dos investimentos, a produtividade e os empregos.
Um dos objetivos de Levy é o comércio exterior, diminuindo as barreiras protecionistas - que dificultam a importação para tentar facilitar a exportação - e incentivar a concorrência dentro dos setores. Para Joaquim "é indispensável expandir o perímetro da nossa economia." No entanto, o aumento dos juros nos Estados Unidos - anunciada para 2015 - pode levar à diminuição do investimento estrangeiro no Brasil, queda no preço das commodities - bens de consumo, normalmente associados à produtos da terra, como frutas e legumes, que sofrem pouca ou nenhuma alteração de valor e são negociadas na Bolsa de Valores - e também uma necessidade de reequilíbrio no balanço de pagamentos.
Para Joaquim Levy é fundamental a necessidade de superar o que ele chamou de "dualidade da política de crédito público e privado", como também no crédito subsidiado e juros de mercado, ou seja, diminuir a diferença que há na política de créditos entre o setor privado e o público. Quanto a isso, na última semana foi tomado a primeira decisão, o realinhamento dos preços do Programa de Sustentação do Investimento e da TJLP, juros cobrados pelo BNDES, de 5% ao ano para 5.5%. Joaquim Levy informou que as Contas de Desenvolvimento Energético não serão mais bancadas pelo Tesouro, mas sim pelos próprios estados consumidores, além de ter de pagarem mais caro pela geração da energia térmica. O esforço no corte de subsídios pode levar ao cumprimento da meta de R$ 66 bilhões.
Nascido em 1961, no Rio de Janeiro, Levy é formado em engenharia naval, mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutor em Economia pela Universidade de Chicago. Levy iniciou sua carreira no Departamento de Engenharia e na Diretoria de Operações da Flumar Navegação, em 1984. Foi professor do curso de mestrado da FGV, em 1990, antes de integrar os quadros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na organização, de 1992 a 1999, ocupou cargos nos Departamentos do Hemisfério Ocidental Europeu I e de Pesquisa, em particular nas Divisões de Mercado de Capitais e da União Europeia.
Participou do governo Fernando Henrique Cardoso como secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, cargo para o qual foi nomeado em 2000. Um ano depois, assumiu o posto de economista-chefe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Já no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve à frente do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci. Na época, o primeiro presidente petista buscava, com a nomeação de Levy, conquistar a confiança do mercado, em ato similar ao realizado agora pela presidente Dilma Rousseff. Para assumir o Ministério da Fazenda, Levy deixa o posto de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco.
* Com Portal Terra
* Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil
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