Guerra cambial não acabou, diz Mantega ao 'Financial Times'
“Sempre temos novas medidas para tomar”, afirmou Mantega ao jornal, acrescentando que elas não serão pré-anunciadas, mas incluiriam a intervenção nos mercados.
Nesta semana, o real chegou próximo ao seu nível mais alto em 12 anos, com uma cotação de R$ 1,55 por dólar, numa indicação de que as medidas tomadas nos últimos meses pelo governo para tentar conter a valorização da moeda não vêm dando os resultados esperados.
Para o jornal, “as ações do Brasil para limitar a apreciação da moeda realçam o dilema enfrentado por muitas das economias em crescimento rápido – incluindo Turquia, Chile, Colômbia e Rússia –, já que permitir a apreciação da moeda limita o superaquecimento, mas também prejudica a competitividade da indústria doméstica”.
Críticas
Mantega foi a primeira figura de peso internacional a usar a expressão "guerra cambial" para se referir às disputas sobre as moedas, no final de setembro do ano passado.
Os principais alvos de Mantega eram os Estados Unidos, que haviam recém-adotado um plano de estímulo econômico com a injeção de US$ 600 bilhões na economia.
Para Mantega, esse dinheiro acabava sendo direcionado para investimentos não produtivos nos países emergentes, em busca dos retornos oferecidos pelas altas taxas de juros, pressionando assim pela valorização das moedas locais.
Uma moeda valorizada reduz a competitividade da indústria do país, ao tornar seus produtos de exportação mais caros.
Outro alvo frequente de críticas na guerra cambial é a China, país que mantém um regime de câmbio controlado, o que deixa sua moeda artificialmente desvalorizada.
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