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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Rússia foge da recessão e autoriza novos fornecedores no Brasil

12/8/2014 13:39
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou

O ministro Nikolai Fyodorov disse que importações da Rússia significam uma revolução no campo para o Brasil
O ministro Nikolai Fyodorov disse que importações da Rússia significam uma revolução no campo para o Brasil

O ministro da Agricultura da Rússia, Nikolai Fyodorov, assinou nesta terça-feira credenciais para que cerca de 100 novos produtores de alimentos do Brasil obtenham permissão do governo para exportar ao seu país. Na semana passada, a Rússia anunciou o embargo às importações de alimentos dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Austrália, entre outros, em retaliação às sanções sofridas por conta da crise com a Ucrânia.
Ao mesmo tempo em que anunciou os embargos, o país também divulgou a habilitação para exportar de mais unidades frigoríficas, além da permissão para a compra de produtos lácteos do Brasil. No Brasil, a medida foi considerada uma “revolução” para o setor de carnes, uma vez que o país deve ganhar ainda mais importância no mercado russo após os embargos aos Estados Unidos.
Fora da recessão
Mesmo diante das sanções aplicadas por EUA e União Soviética, a Rússia parece ter escapado da contração econômica por enquanto, embora tenha períodos difíceis à frente, à medida que as sanções ocidentais relacionadas à Ucrânia passem a fazer efeito, alertaram analistas.
Dados preliminares sobre o Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na segunda-feira mostraram que a economia cresceu 0,8% em termos anuais no período de abril a junho, ante 0,9% de janeiro a março. O número, porém, foi auxiliado por fatores pontuais, e a perspectiva para o resto do ano é complicada uma vez que as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia – e a proibição russa à importação de alimentos em retaliação – agravam um clima de investimento fraco, altos custos de empréstimos e pressão de alta sobre os preços.
Para conter estes efeitos adversos, o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) criou um banco de fomento. Os dados econômicos da Rússia estão sendo observados de perto para avaliar o impacto das sanções, impostas após a anexação por Moscou da Criméia.
As medidas estão agravando uma desaceleração que já era evidente em 2013: economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters no final de julho previam crescimento econômico de apenas de apenas 0,3% em 2014, com contração de 0,5% no terceiro trimestre na base anual.
Os dados preliminares de segunda-feira não forneceram uma avaliação sobre o crescimento na comparação trimestral, levando a uma contínua especulação sobre se a Rússia conseguiu evitar a recessão técnica – dois trimestres seguidos de contração na comparação com o período imediatamente anterior.
Mais empregos
A maioria dos analistas calculou que a Rússia evitou uma recessão técnica, mas veem isso como um consolo fraco para uma economia que ainda enfrentará dificuldades para evitar uma contração na segunda metade do ano.
– Embora o crescimento tenha desacelerado levemente em termos anuais, a produção parece ter crescido no trimestre. Mesmo assim, o alívio deve ser breve – prevê a economista da Capital Economics, Liza Ermolenko, estimando crescimento trimestral no segundo trimestre entre 0,2% e 0,5%.
O economista da VTB Capital Vladimir Kolychev disse que todos os motores de crescimento no segundo trimestre foram temporários: um impulso pontual de estoques maiores, e exportações de gás maiores do que o normal uma vez que consumidores no exterior acumularam estoques para se preparar para possíveis interrupções.
– Já podemos ver nos números de julho que as exportações de gás estão caindo e que os números de produção industrial estão mais fracos, e não está claro o que poderia guiar o crescimento na segunda metade do ano – diz ele.
Um acordo de fornecimento de gás à China, no entanto, tende a mitigar os efeitos da queda no fornecimento para o Ocidente, segundo especialistas. As obras necessárias para levar o gás russo até os parques fabris chineses já começaram, o que tende também a elevar os números do emprego no país.

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