Especulação sobre nova equipe econômica faz Bolsa subir; dólar recua
Especulações sobre nomes de nova equipe econômica do governo fizeram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, reagir e subir 3,62% nesta terça-feira (28), para 52.330 pontos, depois de recuar 2,77% na segunda-feira (27).
No ano, a Bolsa subiu apenas 1,6%, mas, desde seu pior nível no ano, em 14 de março, seu ganho foi de 16,4%.
O dólar, por sua vez, fechou em queda, depois de subir atingir níveis historicamente altos na segunda-feira. O comercial, usado no comércio exterior, recuou 1,94%, para R$ 2,474. A moeda à vista, referência no mercado financeiro, caiu 1,65%, para R$ 2,479. No ano, a alta das duas cotações é de cerca de 5%.
Na terça, circularam notícias de estariam cotados para assumir a Fazenda Luiz Trabuco (presidente do Bradesco), Henrique Meirelles (ex-presidente do BC) e Nelson Barbosa (ex-secretário-executivo do ministério), o que agradou ao mercado, para analistas.
"Os nomes que estão sendo cogitados agradam ao mercado, mas por enquanto são só especulações", pondera o analista João Brügger, Leme Investimentos.
"Enquanto houver a expectativa sobre a equipe econômica, ainda que não haja confirmação, mas sem um desmentido, o mercado tende a seguir positivo", destaca Bruno Piagentini, da Corretora Coinvalores.
Além disso, o cenário externo mais favorável, com o fim da reunião do FOMC -comitê de política monetária do Fed, o BC dos EUA– amanhã, também contribuiu para que a Bolsa brasileira se valorizasse.
"Depois da tempestade, o mercado [brasileiro] ficou mais acomodado e os mercados globais estão bem, com a expectativa em relação às decisões do FOMC", afirma o economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira.
AÇÕES
A tendência de baixa do mercado, no entanto, ainda continua, na avaliação do analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora. "Mas aos poucos vamos voltando à normalidade."
Das 70 ações negociadas no Ibovespa, 57 fecharam em alta, e 13, em baixa.
A principal alta ficou para os papéis da Gol Linhas Aéreas, com valorização de 15,49%, com ações negociadas a R$ 12,45. Os papéis Usiminas apresentam a maior desvalorização, com queda de 4,19% e ações negociadas a R$ 5,95.
Já as ações da Petrobras, depois de atingir queda recorde no pregão da segunda, fecharam ontem em alta.
As ações preferenciais da companhia, as mais negociadas, subiram 5,18%, para R$ 15,03, e o papéis ordinários –que dão direito a voto– registraram alta de 4,24%, negociados em R$ 14,51.
A especulação em relação ao reajuste no preço do combustível explica parte dessa valorização. "Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já declarou que haveria o reajuste do combustível. Isso foi antes da queda do preço do petróleo, mas o mercado já está precificando este aumento e isso gera expectativas positivas", avalia Bruno Piagentini, da Corretora Coinvalores.
João Brügger, da Leme, destacou que o destaque do pregão ficou para as ações dos bancos, influenciadas pela expectativa de indicação de Trabuco ou Meirelles para o Ministério da Fazenda.
As ações do Banco do Brasil tiveram alta de 7,17% negociadas a R$ 26,15; do Bradesco subiram 6,77%, a R$ 35,15; e as do Itaú apresentaram alta de 5,94%, saindo por R$ 33,90.
Na ponta negativa, apareceu a Usiminas, cujos papéis preferenciais recuaram 4,19%, para R$ 5,95, e os ordinários variaram -4,39% para R$ 6,53. A siderúrgica divulga seus resultados do terceiro trimestre nesta quarta-feira, em meio a uma disputa entre dois de seus principais sócios,, a ítalo-argentina Ternium e a japonesa Nippon Steel.
CÂMBIO
De acordo com Marcos Trabbold, operador da B&T Corretora de Câmbio, com as expectativas em relação à política econômica e ao novo ministro da Fazenda, o mercado começou a se movimentar. "Mas ainda tem muita gente em compasso de espera aguardando sair o nome do ministro e a nova política econômica", diz.
Nesta terça, o Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,7 milhões.
A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar 8.000 contratos de swaps cambiais que tinham vencimento previsto para 3 de novembro, por US$ 393,2 milhões.
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