Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

EUA: a mãe de todas as recessões


Davos questiona "descolamento" do resto do mundo sobre contaminação da crise norte-americana

DAVOS (Suíça) - O tradicional debate de abertura do encontro anual do Forum Econômico Mundial foi marcado ontem pelo consenso de que os Estados Unidos já estão em recessão e por divergências sobre a tese de 'descolamento' do resto do mundo. Diante de uma platéia lotada de empresários, banqueiros e autoridades , o professor Nouriel Roubini, presidente da consultoria Roubini Global Economics, e o economista Stephen Roach, do Morgan Stanley, fizeram juz à sua notória reputação de pessimistas.

Segundo eles, a economia norte-americana já está mergulhada numa recessão com conseqüências muito negativas para o resto do mundo. "Podemos estar diante da mãe de todas as recessões", alertou Roach. "O que os mercados estão nos dizendo é que não existe descolamento", disse Roubini. Aliás, no mesmo evento no ano passado, quando a maioria dos analistas ainda sustentava a otimista tese de 'goldilocks' para a economia mundial, ele havia alertado que os Estados Unidos estavam fadados a enfrentar sérios problemas com o setor imobiliário.

Agora, Roubini acredita que a Europa, Ásia e os países emergentes sofrerão os efeitos nocivos da crise norte-americana. Os preços de várias commodities devem cair, colocando pressão sobre os países em desenvolvimento com déficits em conta corrente.

A tese do descolamento foi bravamente defendida por representantes de países emergentes: Kamal Nath, ministro do comércio da Índia; Ferenc Gyurcsany, primeiro ministro da Hungria; eYu Yongding, diretor do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Desdobramentos - Yongding admitiu que a crise norte-americana afetará a economia chinesa. Mas não muito, talvez reduzindo o crescimento do PIB, atualmente em torno de 11%, para cerca de 9%. Para Roach, a queda pode ser mais acentuada, para 6%. Nath, por sua vez, insistiu que a economia indiana é hoje muito menos interligada com a norte-americana. Roubini não concordou, lembrando que Índia, com déficit em conta corrente e outros desequilíbrios macroeconômicos, devem também ser penalizada.

Um empresário mexicano perguntou como a economia de seu país vai se comportar com os problemas nos Estados Unidos. "Meu bom amigo do México, você está em apuros", respondeu Roach.

Fed foi iresponsável

Stephen Roach salientou a enorme dependência das exportações mexicanas ao humor do consumidor norte-americano. Roubini e Roach também não pouparam críticas ao Federal Reserve. "Irresponsável" foi um dos adjetivos empregados pelo economista do Morgan Stanley. Segundo ele, Ben Bernanke está cometendo o mesmo erro de seu antecessor, Alan Greenspan.

"Ao invés de combater as razões para a formação de bolhas, o Fed está plantando novas bolhas que surgirão no futuro." Roubini e Roach afirmaram estranhar o fato de o Fed ter anunciado um corte emergencial dos juros ontem, apenas oito dias antes de sua reunião mensal, no próximo dia 30. Isso, segundo eles, foi uma demonstração de que as autoridades se dobraram à pressão dos mercados, talvez negligenciado fatores macroeconômicos. "Essa é a maneira que um banco central deve se comportar?", questionou Roach.

Para os dois analistas, a economia mundial não vai enfrentar uma recessão, mas sofrerá uma desaceleração importante. O Fundo Monetário Internacional ainda prevê um crescimento global de 4,5% em 2008. Para Roach, ele deve ficar próximo dos 3,5% ou menos.

Alimentos

Outro ponto de consenso entre os participantes do debate, também preocupante, é que os preços dos alimentos devem continuar em alta, acentuando problemas inflacionários em alguns países. "Nos países ricos, as pessoas têm como lidar com isso, mas nos países pobres, principalmente na África, a população não tem recursos para enfrentar essa alta dos alimentos", alertou a diretora-gerente do Banco Mundial, a economista Ngozi Okonjo-Iwela. "Como é que eles vão sobreviver?"

O debate terminou com um forte tom pessimista. "Espero que desta vez o Roubini esteja errado", comentou o moderador do evento, o editor da revista Time, Michael Elliot.

Fonte: Tribuna de Imprensa

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=economia02

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Queda em Wall Street derruba asiáticas

07/01/2008 - 08h34
Tóquio - Os mercados asiáticos tiveram desempenho negativo. A baixa nas Bolsas de Wall Street, ocorrida na sexta-feira, devido aos dados abaixo do esperado sobre desemprego, derrubou as bolsas da região. A exceção foi a China, que teve alta moderada influenciada por fatores internos. Na Bolsa de Hong Kong, os peso-pesados lideraram a baixa de 340,20 pontos, ou 1,24%, do índice Hang Seng, que fechou aos 27.179,49 pontos.

Ganhos em papéis dos setores bancário e imobiliário, por conta da expectativa de que essas empresas apresentem fortes rendimentos no quarto trimestre, impulsionaram a alta nas Bolsas da China. Os investidores minimizaram o anúncio do Banco Central chinês que, na sexta-feira, reiterou a posição de uma política de aperto monetário. O Xangai Composto avançou 0,6% e fechou aos 5.393,34 pontos. Já o Shenzhen Composto subiu 1,3% e terminou aos 1.528 pontos. A desvalorização do dólar em relação ao japonês iene e a queda na taxa de paridade central dólar-yuan - passou de 7,2779 yuans para 7,2695 yuans - fizeram com que a moeda chinesa atingisse um nível recorde de negociação sobre a unidade norte-americana (7,2630 yuans) durante o pregão. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 7,2690 yuans, abaixo da última cotação de sexta-feira, que foi de 7,2730 yuans.

Na Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, o índice Kospi caiu 1,8% e fechou aos 1.831,14 pontos, capitaneado por empresas de tecnologia. O índice Taiwan Weighted, da Bolsa de Taipé, em Taiwan, recuou 4,1% e fechou aos 7.883,37 pontos - o mais baixo desde os 7.857,08 pontos registrados em 20 de dezembro. Nas Filipinas, a Bolsa de Manila registrou seu pior desempenho em quase quatro meses. O índice PSE Composto encerrou o dia em baixa de 2,6% e fechou aos 3.388,81 pontos, a menor pontuação desde 19 de setembro, quando fechou aos 3.362,98 pontos. Nenhum setor escapou ileso no mercado de ações da Austrália, e o índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney sofreu baixa de 2,3% e fechou aos 6.161,60, após atingir a maior baixa em três semanas, de 6.148,1 pontos.

A Bolsa de Cingapura seguiu a trilha dos principais mercados asiáticos e também recuou. O índice Strait Times teve baixa de 2,5% e fechou aos 3.353,06 pontos - a menor pontuação em três semanas. A Bolsa de Jacarta, na Indonésia, não seguiu a queda das demais asiáticas e teve desempenho positivo. O índice composto subiu 0,4% e fechou aos 2.776,41 pontos. O mercado tailandês caiu pela quarta sessão consecutiva desde a reabertura após o feriado de Ano-Novo. O índice SET da Bolsa de Bangcoc teve baixa de 1,6% e fechou aos 808,31 pontos. O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, também operou em sentido oposto ao dos demais mercados da região e subiu 0,3%, fechando no recorde de 1.470,77 pontos, em uma sessão de alta volatilidade. As informações são da Dow Jones


http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2008/01/07/ult4469u16738.jhtm