Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

'Prévia do PIB' inicia 4º trimestre com alta de 0,36% em outubro, diz BC (Postado por Lucas Pinheiro)

O nível de atividade econômica do país voltou a subir em outubro deste ano, primeiro mês do quarto trimestre, quando foi registrada uma alta de 0,36% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que tenta antecipar o resultado do PIB.

 Segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (14) pela autoridade monetária, o IBC-Br, após ajuste sazonal, somou 143,07 pontos em outubro, contra 142,56 pontos em setembro deste ano. De agosto para setembro, o IBC-Br (revisado) tinha registrado recuo de 0,51%.

Nos dez primeiros meses deste ano, na comparação com igual período de 2011, entretanto, foi registrada uma elevação de 1,57% no IBC-Br, segundo dados da autoridade monetária. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal – considerada mais apropriada por economistas.

Resultado do PIB e medidas de estímulo
Essa foi a primeira divulgação do IBC-Br após o resultado do PIB do terceiro trimestre deste ano, que avançou somente 0,6%. O próprio BC havia informado anteriormente, por meio também do IBC-Br, que esperava um crescimento maior no terceiro trimestre deste ano: da ordem de 1,15%. O resultado também ficou abaixo das previsões do mercado financeiro.

O nível de atividade tem demorado a reagir neste ano apesar de uma série de medidas de estímulo à economia adotadas neste ano pelo governo federal, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.

Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado.

O governo também anunciou em 2012 a liberação de R$ 20 bilhões em crédito para os estados e um programa governamental de compras de R$ 8,4 bilhões, além de medidas de defesa da concorrência.

IBC-Br
Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início do ano passado o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos.

"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)", explicou o Banco Central.

Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Com crescimento menor, por exemplo, teoricamente há menos pressões inflacionárias. Atualmente, os juros básicos estão em 7,25% ao ano (a menor taxa da história).

Os juros estão caindo desde agosto do ano passado para estimular o nível de atividade econômica, em meio aos efeitos da crise financeira internacional. Até o momento, a previsão do mercado financeiro é de que a taxa básica não tenha novas quedas neste ano, e que permaneça neste patamar de 7,25% ao ano, pelo menos, até o fim de 2013.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ANTT marca 1º leilão do trem-bala para 19 de setembro de 2013 (Postado por Lucas Pinheiro)

A Agência Nacional de Transporte (ANTT) publicou na edição desta quinta-feira (13) do "Diário Oficial da União" o aviso de leilão para a escolha da empresa que fornecerá a tecnologia e será a operadora do primeiro trem-bala brasileiro. De acordo com o texto, o edital será disponibilizado ainda nesta quinta no site da agência.

 O leilão, segundo o aviso, ocorrerá no dia 19 de setembro de 2013, às 14h, na sede da Bovespa, em São Paulo, quando serão abertos os envelopes com as propostas. Para participar do leilão, os interessados devem entregar o documento entre 9h e 14h do dia 13 de agosto, um mês antes.

O governo tenta leiloar o trem-bala desde o ano passado, sem sucesso. Em 2011, o leilão foi marcado, mas nenhuma empresa apresentou proposta.

O edital do trem-bala deve estabelecer o final de junho de 2020 como prazo máximo para a conclusão das obras do projeto. A informação consta do relatório divulgado em novembro pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com as contribuições feitas durante as audiências públicas que debateram o projeto e as respectivas respostas dadas pela agência.

O custo estimado do projeto é de R$ 35,6 bilhões. A minuta do edital, divulgada em agosto, prevê que a tarifa a ser cobrada dos usuários pelo operador do trem não poderá ultrapassar R$ 0,49 por quilômetro. Com esse valor, a passagem entre São Paulo e Rio de Janeiro ficaria em torno de R$ 199. No relatório do Tribunal de Contas (TCU), que aprovou o edital do projeto, mas com ressalvas, foram feitas recomendações à agência como tempo máximo de 99 minutos em viagem expressa entre São Paulo e Rio de Janeiro.

O aviso informa que será licitada a “concessão de serviço público de transporte de passageiro por trem de alta velocidade” no trecho que vai ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Além da tecnologia do veículo e sua operação, a vencedora também será responsável pela manutenção, conservação e montagem da proteção acústica, dos sistemas de eletrificação, telecomunicação, sinalização e controle dos trens.

Vence este primeiro leilão a empresa que apresentar a melhor relação entre valor de outorga (paga ao governo para ter direito à exploração do serviço) e o custo de construção do trem-bala (incluindo a tecnologia aplicada e a infraestrutura). Pelo modelo adotado, haverá uma segunda licitação, quando serão escolhidas as empresas que vão construir a infraestrutura para sua passagem do trem, incluindo as estações.

Ainda de acordo com o aviso, as empresas interessadas em participar do leilão terão prazo até 16 de abril de 2013 para pedir à ANTT esclarecimentos sobre os itens do edital. As respostas a esses questionamentos serão divulgadas até o dia 17 de junho.

Dados sobre o leilão
O documento divulgado em novembro pela ANTT também confirma a redução, de dez para cinco anos, do tempo de experiência exigido para que um operador possa participar do leilão. O prazo sem acidentes fatais envolvendo a tecnologia - critério de segurança para o sistema escolhido - também caiu de dez para cinco anos.

O relatório final sobre as contribuições revelou ainda mudança em relação ao financiamento do projeto. De acordo com a ANTT, ao contrário do que previa a minuta do edital, o operador do trem-bala não será mais “exclusivamente responsável” por bancar investimentos necessários e que ultrapassem o valor inicialmente previsto.

O edital agora deve prever que o governo federal “deverá acompanhar pari passu os aportes financeiros necessários.” Ou seja, se o custo do trem-bala for superior ao calculado no projeto, haverá injeção de dinheiro público, mas na proporção da participação acionária do governo no projeto, que será de 10%.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Emprego na indústria volta a subir em outubro, aponta IBGE (Postado por Lucas Pinheiro)

 Depois de recuar em setembro, o emprego na indústria brasileira voltou a subir em outubro, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total do pessoal ocupado na indústria mostrou variação positiva de 0,4%.

Em relação a outubro do ano anterior, o emprego industrial teve queda de 1,2%, o 13º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação. No ano, de janeiro a outubro, a taxa recuou 1,4% frente ao mesmo período de 2011. Já nos últimos 12 meses, o índice caiu 1,2%, repetindo o resultado de setembro.

Na comparação anual, foi registrada redução em 10 dos 14 locais pesquisados, com principal impacto negativo partindo da região Nordeste (-3,8%). Na sequência, estão São Paulo (-1,4%), Rio Grande do Sul (-3,7%) e Pernambuco (-6,8%). Na contramão, contrataram mais Minas Gerais (0,7%) e Paraná (0,8%).

 Nesse mesmo tipo de comparação, o total do pessoal ocupado assalariado caiu em 12 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para vestuário (-10,5%), calçados e couro (-5,9%), meios de transporte (-3,3%), têxtil (-5,5%), outros produtos da indústria de transformação (-3,7%), madeira (-6,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,4%) e papel e gráfica (-2,5%). Os impactos positivos partiram dos setores de alimentos e bebidas (4,0%), borracha e plástico (2,1%) e indústrias extrativas (3,6%).

No índice acumulado no ano, o emprego industrial registrou taxas negativas em 12 dos 14 locais e em 14 dos 18 setores investigados, com principal destaque sendo visto em São Paulo (-3,0%). Na sequência, estão região Nordeste (-2,5%), Rio Grande do Sul (-1,5%), Santa Catarina (-1,3%), Ceará (-2,7%) e Bahia (-2,6%). Tiveram taxas positivas Paraná (2,5%) e Minas Gerais (1,0%).

Por setor, as taxas negativas vieram de vestuário (-8,8%), calçados e couro (-6,3%), têxtil (-5,6%), produtos de metal (-3,7%), papel e gráfica (-3,8%), madeira (-8,2%), metalurgia básica (-3,7%), outros produtos da indústria de transformação (-2,6%) e borracha e plástico (-2,2%). As pressões positivas partiram dos setores de alimentos e bebidas (3,8%), máquinas e equipamentos (1,3%) e indústrias extrativas (3,9%).

Horas pagas
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 1,1% sobre setembro. Na comparação com o mesmo mês de 2011, o número de horas pagas mostrou queda de 1,1%, a 14ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. No ano, foi registrada queda de 2,1% frente a igual período do ano anterior e, nos últimos 12 meses, de 2,0%.

Na comparação anual, foram registradas taxas negativas em 10 dos 14 locais pesquisados e em 10 dos 18 ramos. Os principais destaques partiram de vestuário (-11,9%), calçados e couro (-5,8%), outros produtos da indústria de transformação (-5,3%), madeira (-7,9%), meios de transporte (-2,1%), têxtil (-3,2%) e máquinas e equipamentos (-1,5%). Na contramão, estão os setores de alimentos e bebidas (4,1%) assinalou o principal impacto positivo nesse mês, seguida por produtos químicos (2,3%) e indústrias extrativas (4,1%).

Pagamento
O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria cresceu 0,1% sobre o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o valor da folha de pagamento real avançou 3,0%, trigésimo quarto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação.

De janeiro a outubro, o indicador mostrou expansão de 3,2% sobre o mesmo período de 2011. A taxa dos últimos 12 meses também ficou em 3,2%.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento real cresceu 3,0% em outubro de 2012, com resultados positivos em treze dos quatorze locais investigados. As maiores influências positivas sobre o total nacional foram verificadas em Minas Gerais (5,8%), Rio de Janeiro (7,9%), Paraná (5,8%), região Norte e Centro-Oeste (6,0%), São Paulo (0,8%) e região Nordeste (2,8%).

Na análise por setor, o valor da folha de pagamento  avançou em 14 dos 18 setores investigados, com destaque para alimentos e bebidas (7,4%), indústrias extrativas (9,9%), produtos químicos (7,2%), borracha e plástico (6,8%), minerais não metálicos (5,7%), produtos de metal (2,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,0%) e refino de petróleo e produção de álcool (4,1%). Na contramão, o setor de vestuário (-7,6%) exerceu o maior impacto negativo sobre o total da indústria.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Inflação oficial fica em 0,60% em novembro, aponta IBGE (Postado por Lucas Pinheiro)

 O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a "inflação oficial" do país, por ser usada como base para as metas do governo, passou de 0,59% em outubro para 0,60% em novembro, segundo informou, nesta sexta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro de 2011, a taxa havia ficado em 0,52%.

No ano, o indicador acumula alta de 5,01% - taxa infeiror aos 5,97% verificados no mesmo período de 2011. Em 12 meses, o IPCA ficou em 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.

O maior índice foi registrado em Belém (1,27%) e o menor, em Brasília (0,35%).

Ainda que tenham continuado em alta, os preços dos alimentos subiram menos de outubro para novembro: de 1,36% para 0,79%. O maior destaque ficou com o preço das carnes, cuja taxa de variação recuou de 2,04% para 0,40%.

Também mostraram desaceleração de preços os grupos vestuário (de 1,09% em outubro para 0,86% em novembro) e saúde e cuidados pessoais (de 0,48% para 0,32%). Educação (0,05%) e comunicação (0,31%) ficaram com resultados idênticos aos do mês anterior.

Na contramão, a taxa do grupo transporte subiu para 0,68%, contra alta de 0,24% em outubro, influenciado, principalmente, pelas passagens aéreas, cujos preços aumentaram, em média, 11,80% a mais em novembro.

Os preços relativos à habitação também subiram, de 0,38% para 0,64%, com destaque para o preço da energia elétrica, que, depois de cair 0,24%, subiu 1,38% em novembro.

O grupo de despesas pessoais também viu seus preços reajustados para cima, passando de 0,10% em outubro para 0,53% em novembro. As maiores influências partiram dos empregados domésticos, cuja variação passou de -0,16% para alta de 0,66%, e excursão, que foi de 0,98% para 6,55%.

No grupo artigos de residência, a taxa de variação foi de 0,37% em outubro para 0,47% em novembro, com destaque para o item mobiliário (de 0,58% para 1,11%).

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 0,54% em novembro, taxa 0,17 ponto percentual abaixo do resultado de 0,71% de outubro. O acumulado do ano foi para 5,42%, abaixo da taxa de 5,54% relativa a igual período de 2011. Nos últimos 12 meses, o índice situou-se em 5,95%, abaixo dos doze meses imediatamente anteriores (5,99%). Em novembro de 2011 o INPC ficou em 0,57%.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Governo prorroga PSI e anuncia R$ 100 bi em financiamentos para 2013 (Postado por Lucas Pinheiro)

 O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira (5) a prorrogação, até o fim de 2013, do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), implementado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para incentivar investimentos e aumentar a competitividade da indústria.

Segundo ele, o banco público terá R$ 85 bilhões para emprestar no próximo ano por meio do PSI programa, e outros R$ 15 bilhões serão repassados a bancos privados e públicos. "Vamos liberar compulsório [recursos retidos no BC] não remunerados", explicou Mantega.

 Além disso, o ministro também anunciou que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para os empréstimos do BNDES, recuará de 5,5% para 5% ao ano no primeiro trimestre do ano que vem. "Isso reduz o custo de capital para quem já tomou empréstimo e também os futuros financiamentos", declarou o presidente do banco público, Luciano Coutinho.

Meta de 8% para alta dos investimentos em 2013
O ministro da Fazenda disse que o objetivo do governo é que os investimentos avancem 8% no próximo ano, como forma de que o Produto Interno Bruto (PIB) registre uma alta da ordem de 4%.

De acordo com dados do IBGE, a formação bruta de capital fixo (taxa de investimento na produção) teve seu quinto trimestre consecutivo de queda, com baixa de 2% – a maior queda desde janeiro a março de 2009, quando ficara em -11,7%, por conta da crise financeira internacional. No ano, o investimento acumula queda de 3,9%.

"A liberação [dos financiamentos] será mais rápida. Haverá menos burocracia e estamos incluindo também a possibilidade de financiamento de 'leasing'", declarou o ministro Mantega a jornalistas. Segundo ele, o PSI financia investimentos com taxas de juros reduzidas e prazos elevados. "Queremos continuar estimulando os investimentos no Brasil", acrescentou ele. 

Taxas de juros e prazos
Segundo Mantega, a taxa de juros cobradas nas principais linhas de crédito do BNDES (bens de capital, rural, peças e componentes, ônibus e caminhões e Prócaminhoneiro) será de 3% no primeiro semestre de 2013.

No segundo semestre do próximo ano, a taxa subirá para 3,5% no caso de bens de capital, rural, peças e componentes e para 4% ao ano para ônibus e caminhões, além do Prócaminhoneiro. Para energia elétrica e para o Programa Emergencial de Reconstrução, a taxa de juro será de 5,5% ao ano em todo ano de 2013.

Atualmente, a linha de crédito do PSI destinada a bens de capital, o que inclui também máquinas e equipamentos agrícolas, ônibus, bens de informática e automação, e capital de giro, opera com taxa de juros de 2,5% ao ano. Deste modo, haverá crescimento no próximo ano.

"No caso dos bens de capital [máquinas e equipamentos para produção], as taxas estavam em 5,5% ao ano até setembro. No início de setembro, foram reduzidas para 2,5% ao ano em função do enfraquecimento do crescimento. A taxa média deste ano será muito mais alta da taxa de 2013, que vai estar em torno de 3,25% ao ano. Haverá uma significativa redução da taxa média de 2012 para 2013", declarou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Segundo ele, os bancos não queriam emprestar para pequenas empresas por conta do "spread" (que embute a margem de lucro) baixa.

O BNDES informou ainda que o prazo de financiamento de bens de capital e rural será de 120 meses, com carência de três a 36 meses. No caso da linha de crédito de peças e componentes, o prazo de pagamento será de 36 meses, com carência a critério do BNDES. Para o financiamento de ônibus e caminhões, o prazo, em 2013, será de até 120 meses, com três a seis meses de carência.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Governo toma nova medida que estimula ingresso de dólares no país (Postado por Lucas Pinheiro)

O governo voltou a tomar medidas nesta quarta-feira (5) para conter a alta recente do dólar, que fez com que a moeda atingisse R$ 2,13 na semana passada, na maior cotação desde 2009. Por meio de decreto presidencial, publicado no Diário Oficial da União, foi reduzido para um ano o prazo dos empréstimos externos sujeitos à alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Até o momento, a alíquota maior valia somente para captações no exterior com prazo de até dois anos.

 Com a redução do prazo de empréstimos no exterior que pagam mais IOF, o governo estimula o ingresso de dólares no Brasil. Uma maior entrada de recursos no país, segundo analistas, teoricamente favorece a queda do dólar. Isso porque, com mais dólares no mercado, seu preço tenderia a ficar menor. Com a medida, portanto, o governo diminui a pressão pela alta na cotação da moeda norte-americana registrada nos último sdias.

Perto das 12h (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 0,51%, cotada a R$ 2,1052 para a venda.

Este é o segundo dia consecutivo que o governo anuncia medidas para aumentar a internalização de dólares. Nesta terça-feira, já havia atenuado as regras para ingresso de recursos oriundos de pagamentos antecipados de exportações. Com o anúncio da medida, o dólar fechou ontem em queda de 0,21%, cotada a  R$ 2,116  na venda.

A redução do prazo dos empréstimos externos afetados pelo IOF não era esperada no curto prazo e sinaliza que o governo pode estar se antecipando a um cenário mais desafiador para o financiamento de empresas no próximo ano.

O governo já havia alterado o prazo dos empréstimos sobre os quais incide a alíquota de 6% outras vezes neste ano. Em junho, o governo decidiu reduzir esse prazo de cinco para dois anos, reagindo à valorização do dólar e à crise internacional.

Em março, o governo tinha elevado os prazos, inicialmente de dois para três anos e, menos de duas semanas depois, de três para cinco anos. O IOF passou a ser utilizado como um instrumento de combate ao que o governo chamou de "guerra cambial" em março do ano passado. Na época, o objetivo era conter a valorização do real.

Impactos do dólar alto
Um valor mais alto para o dólar gera melhores condições de competitividade para as empresas brasileiras, uma vez que suas exportações ficam mais baratas. As compras do exterior, por sua vez, também ficam mais caras. Um aumento na cotação do dólar, porém, também têm outros effeitos, como gerar mais pressões inflacionárias.

Política cambial brasileira
Teoricamente, a política de câmbio do Brasil é chamada de "flutuante", pela qual o preço da moeda norte-americana oscilaria de acordo com os fluxos de entrada e saída de dólares do Brasil.

Entretanto, o governo tem estabelecido, informalmente, o dólar um pouco acima de R$ 2,07. Nos últimos dias, porém, o governo tem se mostrado preocupado com a alta da moeda norte-americana - fator que, apesar de gerar mais competitividade para as empresas brasileiras em suas vendas externas, também pode pressionar a inflação para cima.

Para controlar o preço do dólar, o governo tem uma série de instrumentos. Além das compras e vendas de dólares no mercado à vista, o BC também pode operar no mercado futuro (por meio das operações de "swap" cambial tradicionais e reversas).

O Ministério da Fazenda, por sua vez, pode utilizar as alíquotas do IOF para tentar controlar o ingresso de divisas no país – assim como foi feito nesta quarta-feira.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cesp recusa oferta do governo e pode comprometer plano de energia (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) rejeitou, em assembleia de acionistas nesta segunda-feira (3), a oferta do governo federal para aderir ao plano de barateamento de energia elétrica. Com a decisão, a empresa, controlada pelo governo de São Paulo, abriu mão de ter as concessões das usinas hidrelétricas de Ilha Solteira, Jupiá e Três Irmãos renovadas por 30 anos.

Esses empreendimentos terão que ser devolvidos ao governo federal ao final das concessões, e deverão ser relicitados. A negativa da Cesp pode comprometer a meta do governo de reduzir o valor conta de luz em 2013 entre 16,2% e 28%. Juntas, as três usinas da empresa produzem 5.802 MW, o que equivale a 26% de toda a energia que o plano pretende baratear (cerca de 22 mil MW).

A negativa da Cesp foi bem recebida pelos investidores: as ações da empresa subiram quase 8% na Bovespa, liderando a alta entre os papéis que compõem o Ibovespa.

Para renovar as concessões de empreendimentos do setor elétrico que vencem entre 2015 e 2017, alvo do plano, o governo exige que as empresas aceitem, a partir do ano que vem, uma remuneração até 70% inferior à que recebem atualmente pela prestação do serviço.

A medida levaria a uma redução no preço da energia produzida por elas na mesma proporção. O plano prevê a transformação dessa energia mais barata em cotas que serão repassadas a todas as distribuidoras do país, fazendo com que o benefício chegue até os consumidores.

Com a ausência das usinas da Cesp, o governo dispõe de menos energia do que o previsto para promover o barateamento, o que compromete a meta do plano. A decisão da empresa permite que ela continue a receber a remuneração mais alta até o fim das concessões.

A decisão dos acionistas acontece poucos dias depois de o governo ter anunciado aumento na indenização que seria paga à Cesp por investimentos não amortizados (pagos via tarifa) na usina Três Irmãos. Com a medida, que segundo o governo foi adotada por erro de cálculo, a compensação passaria de R$ 985,6 milhões para R$ 1,737 bilhão.

O valor se soma aos R$ 20 bilhões em indenizações às 15 empresas de geração e 9 de transmissão que, num primeiro momento, haviam aceitado renovar suas concessões dentro das condições do plano para baratear a conta de luz. Com a ausência da Cesp, esse valor sofrerá alteração.

Eletrobras
Mais cedo, a Eletrobras aprovou, em assembleia de acionistas, a adesão da empresa ao plano do governo. A decisão já era esperada porque a União controla a empresa, com 52% das ações. Acionistas minoritários protestaram contra o resultado.

Assim, a Eletrobras aceita as condições impostas para ter renovadas por 30 anos as concessões de 16 usinas hidrelétricas e 49 mil quilômetros de linhas de transmissão que vencem entre 2015 e 2017.

Para conquistar a renovação, porém, a Eletrobras aceita receber, a partir de 2013, remuneração até 70% inferior à atual pelo serviço prestado por esses empreendimentos. A queda na remuneração vai levar a Eletrobras a uma perda de anual de cerca de R$ 8 bilhões – o equivalente a 25% da receita da empresa, que é de R$ 31 bilhões.

Nas últimas semanas, a expectativa de perdas levou a queda no valor das ações da Eletrobras. Além da remuneração, considerada baixa, os investidores também ficaram descontentes com os R$ 14 bilhões oferecidos pelo governo para indenizar a empresa por investimentos feitos e que não terão tempo de ser amortizados (pagos via tarifa).