Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Belluzzo vê Dilma contra a parede: O governo se comunica mal

CORREIO DO BRASIL
 


“Já foi dito que os Bourbons não esqueciam de nada, mas não aprendiam nada. Os economistas são descendentes

dos Bourbons. Não se lembram de que essas crises foram determinadas independentemente da situação da macroeconomia”.
Luiz Gonzaga Belluzzo

Belluzzo foi professor da presidenta Dilma, na Unicamp
Belluzzo foi professor da presidenta Dilma, na Unicamp
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, de 71 anos, catedrático da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-professor da presidenta Dilma Rousseff, aposta que o empresariado brasileiro, mesmo com severas críticas ao governo petista, tende a apoiar a campanha à reeleição, enquanto segue com o objetivo de manter a atual administração política e econômica do país em “uma camisa de 11 varas (dificuldade extrema, da qual é difícil ou impossível sair, segundo o dicionário Aurélio)”. Belluzo, em uma longa entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, lembra que há um forte componente ideológico imposto por setores dominantes do mercado financeiro, o qual tem ganhado terreno frente às teses, supostamente desenvolvimentistas, defendidas pela equipe econômica do governo.
Segundo Belluzzo, apesar da política de concessões da presidenta Dilma às empresas privadas, “o mercado acha que ela está à esquerda de Lula. Dizem que o Lula era legal porque conversava. Dizem que ela é a rabugenta, intervencionista e o diabo. A presidenta, coitada, herdou esse negócio e é muito difícil se desvencilhar disso. Ela está seguindo mais ou menos os cânones que são dominantes na percepção da economia. Se você quer dizer que ela deu uma recuada, isso significa que ela deu uma recuada. Deu uma recuada diante da correlação de forças”.
– Ela está lá meio desconfortável, fazendo o que ela pragmaticamente está vendo que deve fazer, não o que ela gostaria. Nem acho que a questão se coloque como mais ou menos intervenção. Se se tem um preço como esse, o câmbio, muito fora do lugar, numa situação internacional como essa, vai ter dificuldades de reativar essa economia. São duas as oportunidades que ela tem: acelerar as concessões e melhorar o investimento em infraestrutura, com efeito sobre a indústria, e o Pré-Sal. A menos que a China comece a crescer a não sei quanto. Coisa que não está no horizonte, porque eles estão mudando o modelo de crescimento deles – afirma Belluzzo, na entrevista.
“O governo se comunica mal”
Se Dilma é uma decepção ou está dentro do esperado por investidores, Belluzzo responde:
– Ela está fazendo o que pode, coitada. O negócio é difícil. Sou suspeito porque me considero amigo dela; fui professor dela. Conversei com ela no início do ano. Ela nem sempre gostou das minhas opiniões durante o almoço. Ela tem as dela, com toda razão. Mas eu gosto dela. Acho que está fazendo o que pode. Esse negócio do tabelamento da taxa de retorno deu a impressão de uma intervenção. Pegou mal no mercado e era desnecessário. Produziu um desgaste muito grande, infelizmente, para ela. A partir daí o pessoal já projetou mil coisas, intervencionismo… Quase disseram que ela era uma réplica da política dos bolivarianos. Tem cabimento fazer essa comparação? Nada a ver.
A pressão, no entanto, faz parte do jogo de força política, segundo Belluzzo:
– Sim, claro. É isso que eu estou dizendo o tempo inteiro. Estão botando ela contra a parede. Ela está tentando, à maneira dela, resistir. O governo se comunica mal.
A pressão sobre Dilma, no entanto, não significa que o empresariado migrará da campanha à reeleição para a de outros candidatos, como Eduardo Campos, Marina, Aécio: “Ninguém joga dinheiro fora”.
– É menos atrito e mais reclamação É mais queixa do que um atrito. Eles já se deram conta de que uma coisa é a relação de forças no âmbito da economia; outra coisa é a relação de forças da política. Eles se deram conta de que ela vai ganhar. Eles vão compor com ela, e ela vai compor com eles, discutir. Isso é natural. Muitos têm ido a reuniões com eles (os candidatos da oposição). O Eduardo Campos é um político muito qualificado, um jovem que tem muito futuro, muita chance. Não agora. Ele tem compromissos com essa coisa do desenvolvimento. Está no DNA dele. Ele recebeu a herança do avô (Miguel Arraes). Agora é difícil ganhar dela. Sobretudo da candidata do Lula. Ela, pelas suas próprias razões, e ela é a candidata do Lula – lembra Belluzzo.
Quanto aos indicadores sociais, devido à política de comunicação da presidenta Dilma, Belluzzo acredita que “as pessoas falam pouco de coisas importantes no governo dela, como o Minha Casa, Minha Vida, o avanço do Luz Para Todos, da continuidade do Bolsa Família e do avanço das políticas sociais. Isso pega a maioria da população”.
– Dizem que as pessoas vão votar porque receberam uma esmola do governo. Nunca vi uma coisa tão bárbara. O que acham? Que o povo deve ficar no miserê, e o governo não deve fazer nada? – questiona.
Embora a oposição diga que os indicadores sociais tenham parado, segundo Belluzo, trata-se de uma questão de ponto de vista pois a realidade é que, “na margem, estão crescendo menos”.
– Está melhorando menos, porque a melhora foi muito intensa naquele período (do ex-presidente Lula). É muito clara a sensação das pessoas de que elas melhoraram. No interior do Brasil, a sensação é maior. Tenho a Facamp, que é privada. Lá, os meninos que têm o Prouni escrevem: Agradeço ao presidente Lula e à presidente Dilma pela oportunidade que me deram. Isso pega nas famílias. Esse ódio que as pessoas tem… Uma fração da sociedade brasileira tem rejeição por essas pessoas, tem ódio das políticas sociais que foram levadas a cabo, acham que é assistencialismo. Diante da situação social brasileira, que é uma desgraça e que vem de muitos anos, é melhor que a pessoa tenha o que comer, possa entrar numa universidade, mesmo que seja privada e de baixa qualidade, que elas se qualifiquem um pouco. Ou é melhor que fiquem jogadas às baratas? Tá bom, ela (Dilma) está com dificuldade de levar adiante esse projeto, não está fácil. Mas eu não creio que ela tenha abandonado esse núcleo central. Muito ao contrário. Ela avançou um pouco nessa questão do Bolsa Família e de outros benefícios. A economia não cresce, não resolvemos o problema da indústria. E se não o resolvermos, as coisas voltam para trás. É preciso dizer que as coisas voltam para trás, retrocedem – alerta.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Brasil pode se tornar a quinta economia do mundo em 2023

Previsão da consultoria britânica é de que o país supere Alemanha e Reino Unido dentro de dez anos, e que a China se torne a número 1 do planeta em 2028
A China pode superar União Europeia no comércio com a América Latina em 2016
Carla Jiménez  São Paulo  27 DEZ 2013 - 14:29 BRST

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Apesar dos sucessivos “pibinhos” brasileiros, o maior mercado da América Latina está destinado a crescer, e inclusive superar economias desenvolvidas, como Reino Unido e Alemanha, nos próximos anos. É o que prevê o Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), consultoria britânica, que destaca que, em 2011, o Brasil já havia passado de sétima para sexta economia global, mas perdeu o posto em função do crescimento baixo e da desvalorização cambial.
Em novo relatório divulgado ontem, a CEBR prevê que o ganho de produtividade na agricultura e os resultados com a retomada da Rodada Doha devem beneficiar o Brasil, que em 2023 será a quinta economia do mundo, deixando para atrás ingleses e britânicos. Até lá, o Produto Interno Bruto (PIB) verde amarelo passará dos atuais 2,2 trilhões de dólares para 3,7 trilhões de dólares.
Outros países emergentes também vão se mexer no tabuleiro econômico global, como a Índia, que deve saltar da décima primeira posição, com um PIB de 1,7 trilhão de dólares hoje, para quarto lugar, com um PIB de 4,1 trilhões de dólares, beneficiada pelo crescimento demográfico.
A China, por sua vez, manterá o ritmo de expansão, segundo a CEBR, tornando-se a economia número 1 do planeta em 2028, superando os Estados Unidos, quando o PIB chinês será quatro vezes maior que o atual, chegando aos 33,5 trilhões de dólares. Nesse ano, a Índia também vai subir mais uma posição no ranking, ultrapassando o Japão, tornando-se a terceira maior economia do mundo. As otimistas projeções para os países em desenvolvimento da CEBR apontam que o Brasil alcançará um PIB de 5,1 trilhões de dólares em 2028.
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Balança Comercial deverá fechar o ano positiva

Semana contou com exportação de plataforma para extração de petróleo e gás, de US$ 1 bilhão

Com cinco dias úteis, a terceira semana de dezembro teve exportações de US$ 6,518 bilhões e importações de US$ 5,510 bilhões, resultando num saldo comercial positivo de US$ 1,008 bilhão. No período, ocorreu a exportação de uma plataforma para a extração de petróleo e gás no valor de US$ 1,155 bilhão. No acumulado do ano, a balança comercial brasileira tem exportações de US$ 236,934 bilhões e importações de US$ 235,911 bilhões, com superávit de US$ 1,023 bilhão. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (23/12) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na terceira semana de dezembro de 2013, houve aumento de 96,9% nas exportações de manufaturados em comparação ao acumulado até a segunda semana, com destaque para a venda de plataforma para extração de gás/petróleo, aviões, óleos combustíveis, motores e geradores, óxidos e hidróxidos de alumínio, suco de laranja não congelado e açúcar refinado. Os produtos básicos também registraram crescimento de 13,4% das exportações, por conta, principalmente, de minério de ferro, milho em grão, carne bovina e de frango, e algodão em bruto.
Nas importações, pela média diária, houve crescimento de 22,8% em relação ao acumulado até a segunda semana do mês (de US$ 897,6 milhões para US$ 1,102 bilhão), explicado, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, químicos orgânicos/inorgânicos e farmacêuticos.
As três primeiras semanas de dezembro, a balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 15,602 bilhões (média diária de 1.040,1 bilhão) e importações de US$ 14,486 bilhões (média diária de US$ 965,7 milhões), com saldo positivo de US$ 1,116 bilhão.
Comparadas a média das exportações até a terceira semana de dezembro deste ano (US$ 1,040 bilhão) com a de dezembro de 2012 (US$ 987,4 milhões), houve crescimento de 5,3% nas exportações. O motivo foi as exportações dos produtos manufaturados (+30,1% de US$ 367,1 milhões para US$ 477,7 milhões, em razão da plataforma para extração de gás/petróleo, tratores, aviões, motores e geradores, automóveis de passageiros e suco de laranja não congelado).
Os básicos tiveram queda de 11,9%, por conta, principalmente, de algodão em bruto, petróleo em bruto, café em grão, carne de frango e suína, minério de cobre e milho em grão. Os semimanufaturados registraram diminuição de 2,8%, causada, principalmente, por ouro em forma semimanufaturada, borracha sintética/artificial, açúcar em bruto e semimanufaturados de ferro/aço. Nos manufaturados, houve crescimento de 8,8% (de US$ 439 milhões para US$ 477,7 milhões).
Em comparação com novembro deste ano, as exportações decresceram 0,3%, pela média diária, devido à retração de produtos básicos (-10,4%, de US$ 456,5 milhões para US$ 409 milhões), enquanto cresceram as exportações de manufaturados (+8,8% , de US$ 439 milhões para US$ 477,7 milhões), e semimanufaturados (+7,2%, de US$ 124,2 milhões para US$ 133,1 milhões).
As importações, no comparativo com a média de dezembro de 2012 (US$ 875,3 milhões), tiveram crescimento de 1,0% (US$ 956,1 milhões), com aumento de gastos, principalmente, com produtos farmacêuticos (+36,6%), aparelhos eletroeletrônicos (+24,4%), plásticos e obras (+24,0%), siderúrgicos (+23,2%) e equipamentos mecânicos (+17,6%).

Tags: ano, Balança, comercial