Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Balança comercial brasileira registra superávit no acumulado do ano pela 1ª vez

Na segunda semana de junho de 2015, a balança comercial registrou superávit de US$ 678 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 4,588 bilhões e importações de US$ 3,910 bilhões, segundo informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira. Com esses resultados, o país registra pela primeira vez no ano superávit na balança comercial no acumulado de 2015. No mês, as exportações somam US$ 9,249 bilhões e as importações, US$ 6,595 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,654 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 83,950 bilhões e as importações, US$ 83,601 bilhões, com saldo positivo de US$ 349 milhões.
Análise da semana
A média das exportações da 2ª semana chegou a US$ 917,6 milhões, 21,3% abaixo da média de US$ 1,165 bilhão da 1ª semana, em razão da queda nas exportações de produtos manufaturados (-42,6%, de US$ 507,7 milhões para US$ 291,6 milhões, em razão, principalmente, de plataforma p/extração de petróleo, óxidos e hidróxidos de alumínio, automóveis e e partes, óleos combustíveis, veículos de carga e motores para veículos) e semimanufaturados (-30,8%, de US$ 129,6 milhões para US$ 89,7 milhões, em razão de açúcar em bruto, celulose, couros e peles, óleo de soja em bruto e ferro fundido), enquanto cresceram as vendas de básicos (+3,2%, de US$ 500,8 milhões para US$ 516,7 milhões, por conta de petróleo em bruto, minério de ferro, farelo de soja e minério de cobre).
Do lado das importações, apontou-se crescimento de 16,5%, sobre igual período comparativo (média da 2ª semana, US$ 782,0 milhões/média da 1ª semana, US$ 671,3 milhões), explicada, principalmente, pelo aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, químicos orgânicos/inorgânicos, plásticos e obras, adubos e fertilizantes e farmacêuticos.
Análise do mês
Nas exportações, comparadas as médias até a 2ª semana de junho/2015 (US$ 1,028 bilhão) com a de junho/2014 (US$ 1,023 bilhão), houve aumento de 0,4%, em razão do crescimento de produtos manufaturados (+15,0%, de US$ 337,2 milhões para US$ 387,7 milhões, por conta de plataforma p/extração de petróleo, suco de laranja não congelado, torneiras/válvulas, óxidos e hidróxidos de alumínio, polímeros plásticos, laminados planos, veículos de carga, açúcar refinado e autopeças), enquanto decresceram as vendas de semimanufaturados (-8,2%, de US$ 117,0 milhões para US$ 107,4 milhões, pelas quedas em alumínio em bruto, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, ferro fundido, açúcar em bruto e semimanufaturados de ferro/aço) e básicos (-6,2%, de US$ 543,1 milhões para US$ 509,6 milhões, por conta, principalmente, de minério de ferro, farelo de soja, carne suína e bovina, café em grão e fumo em folhas). Relativamente a maio/2015, o crescimento foi de 22,6%, em virtude do aumento nas vendas das três categorias de produtos: manufaturados (+33,4%, de US$ 290,5 milhões para US$ 387,7 milhões), básicos (+18,7%, de US$ 429,5 milhões para US$ 509,6 milhões) e semimanufaturados (+7,9%, de US$ 99,6 milhões para US$ 107,4 milhões).
Nas importações, a média diária até a 2ª semana de junho/2015, de US$ 732,8 milhões, ficou 19,1% abaixo da média de junho/2014 (US$ 906,0 milhões). Nesse comparativo, decresceram os gastos, principalmente, com combustíveis e lubrificantes (-41,5%), veículos automóveis e partes (-17,6%), equipamentos mecânicos (-15,7%), aparelhos eletroeletrônicos (-15,5%) e farmacêuticos (-15,4%). Ante maio/2015, houve aumento de 4,6%, pelos aumentos em veículos automóveis e partes (+17,2%), combustíveis e lubrificantes (+16,1%), instrumentos de ótica e precisão (+10,6%), químicos orgânicos/inorgânicos (+9,8%) e adubos e fertilizantes (+5,3%).
Tags: 2015, Balança, brasil, comercial, exportação, importação, resultados, superávit

terça-feira, 9 de junho de 2015

'Não vai faltar dinheiro', diz ministro da Fazenda sobre concessões

'Agora é São Cristóvão', diz Levy após ser comparado a Judas e Cristo. Ministro lembrou que santo é o padroeiro dos transportes.

Alexandro Martello Do G1, em São Paulo

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assegurou nesta terça-feira (9), durante o lançamento do novo plano de concessões do governo, que não faltarão recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar os projetos.
“Não vai faltar dinheiro. Não adianta querer apostar que não vai dar certo. O Brasil tem condições extraordinárias, projetos com demanda firme. O desenho vai estar alinhado com o que é necessário para atrair investimentos de longo prazo, e que vão ajudar a economia local”, disse Levy a jornalistas.
De acordo com o ministro da Fazenda, o governo vai continuar trabalhando para diminuir o risco dos projetos de infraestrutura. "Estamos estudando uma série de mecanimos em que o Estado possa contribuir para a mitigação de risco dos investidores. São investimentos de longo prazo, mas é óbvio que, para isso, é fundamental que tenhamos mais estabilidade econômica, mciroeconômica e, também, as condições que permtiem as pessoas tomarem riscos de longo prazo. É o desafio que temos", declarou.
Após ser comparado com Judas, por limitar benefícios sociais e subir tributos, e também com Jesus Cristo, pelo vice-presidente Michel Temer, o ministro Levy afirmou que este é o momento de São Cristóvão - padroeiro dos transportes. "Agora é São Cristóvão, que é o padroeiro dos transportes. Hoje é o dia da infraestrutura", brincou.
Segundo o ministro da Fazenda, o ajuste fiscal implementado pelo governo nos primeiros meses deste ano foi importante para preparar o terreno para o crescimento. "Como disse o ministro Nelson Barbosa [do Planejamento], sem estabilidade macroeconômica seria impossível a gente dar essa novo passo [lançar pacote de concessões]. O que a gente fez nos primeiros meses é fundamental para o que a gente esta fazendo hoje. Só com situação fiscal firme, conseguiremos atrair investidores", declarou.
Levy estimou que o plano de concessões do governo deve ter um impacto de 0,25 ponto percentual do PIB somente no caso dos investimentos previstos, e, também, de outro 0,25 ponto percentual em “efeito indireto” no nível de atividade da economia. "Pode ter algum efeito já neste ano, mas o mais provável é que veja efeitos mais significativos em 2016", disse.
Desoneração menor de empresas
Ele observou, porém, que ainda falta ser aprovado, pelo Congresso Nacional, projeto de lei que sobe tributos sobre a folha de pagamentos – que também compõe o processo de ajuste das contas públicas. No ano passado, o processo de desoneração da folha gerou uma renúncia fiscal de R$ 25 bilhões. A expectativa do governo, com a alta dos tributos, é que essa renúncia fiscal caia pela metade.

"O financiamento da Previdência Social é fundamental e o Congresso tem de estar acompanhando esse desafio. Estamos ouvindo as empresas, mas sabendo, inclusive das respostas das empresas da disposição de estar participando desse processo de retomada do crescimento e da estabilidade fiscal", afirmou o ministro.
 Levy disse ainda estar "bastante confiante" na aprovação da alta da tributação sobre a folha de pagamentos. "Acho que a maior parte das empresas entendeu a importância de a gente reduzir a renuncia daquela desoneração da folha, que fez parte das medidas anticíclicas, cujo tempo já passou, se esgotaram. A gente esta vivendo uma nova fase em que a estabilidade fiscal é essencial", concluiu.
A proposta do governo, para a folha de pagamentos, é elevar as alíquotas de contribuição para a Previdência sobre a receita bruta das empresas. Quem pagava alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a receita bruta passaria a pagar 2,5% e, quem tinha alíquota de 2%, passaria a ser tributado em 4,5%.
levy (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Financiamento do BNDES
O financiamento do plano de concessões pelo BNDES é considerado uma das maiores dificuldades, por especialistas, do novo plano de concessões, uma vez que, desde o início deste ano, o banco público deixou de receber empréstimos do Tesouro Nacional - que somaram mais de R$ 400 bilhões nos últimos anos – e também subiu os juros cobrados em suas linhas de crédito.

Apesar de dizer que não faltarão recursos, o governo alterou o modelo de financiamento dos projetos para essa nova fase do PIL com o objetivo de diminuir a participação dos recursos públicos, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
O novo modelo prevê um mecanismo para incentivar a participação de financiamento privado, pelo mercado, via emissão de debêntures. Quanto maior a emissão, maior o acesso do concessionário a recursos do Bndes com juros subsidiados. Esse sistema não existia na primeira fase do PIL, de 2012.
De acordo com o presidente do Bndes, Luciano Coutinho, os concessionários poderão bancar até 70% do custo das obras com recursos do banco. Entretanto, apenas uma parte disse terá juros subsidiados. Sobre o restante, vão incidir taxas de mercado.
Como funciona
Para as rodovias, o financiamento do Bndes com juros subsidiado vai se restringir a 35% do valor do projeto, caso não haja emissão de debêntures pelo consórcio. Mas pode chegar a 45%, caso a participação do mercado chegue a 25%.

No caso dos projetos para portos, o financiamento com juros mais baixos vai de 25% (sem debêntures) até 35% (com máximo de 35% de participação do mercado).
Para os aeroportos, a participação do financiamento subsidiado começa em 15% (sem debêntures) mas pode chegar a 35%, caso o mercado contribua também com 35%. Já no caso das ferrovias, onde o risco é maior, o Bndes financiará até 70% das obras com juros mais baixos, independente da presença de recursos via debêntures.
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terça-feira, 2 de junho de 2015

Em Washington, Levy reforça aceno do Brasil ao FMI

  • 1 junho 2015
Ministro reuniu-se com representantes do FMI três vezes noa últimos três meses
Após vários anos na geladeira, a relação entre o governo brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) vive dias agitados.
Em visita a Washington nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se encontrou com dirigentes da organização pela terceira vez em três meses, quando mais uma vez tentou tranquilizá-los sobre os rumos da economia brasileira.
Ele já havia participado da reunião de primavera da organização, em abril, e no mês passado recebeu, em Brasília, a diretora-geral da instituição, Christine Lagarde.
Nos Estados Unidos, Levy foi a principal atração de um painel sobre a economia latino-americana. Em sua fala, ele reforçou o discurso de que o Brasil tem feito ajustes para voltar a crescer e foi elogiado por membros da plateia.
Leia mais: Cinco argumentos de Levy em Londres para 'vender' o Brasil a investidores
A postura do ministro quanto ao fundo contrasta com a dos quatro primeiros anos do governo Dilma Rousseff e a da gestão de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula e Dilma costumam criticar a relação que o Brasil mantinha com o FMI nos anos 1990, quando o país recorreu ao fundo em busca de empréstimos durante crises.
Tradicionalmente o PT e partidos de esquerda brasileiros acusam o FMI de impor nos países onde atua uma agenda "neoliberal", que prejudicaria trabalhadores e favoreceria bancos e grandes empresas.
Em 2013, Lula afirmou em Portugal que o "FMI nunca resolveu nenhum problema".
"Muitas vezes o FMI empresta dinheiro a um país, que ao receber o dinheiro paga a dívida de outros bancos, e o prejuízo fica com a parte pobre da população que trabalha. Sempre foi a assim e sempre será assim."
Em 2014, ao se referir à quitação da dívida do Brasil com o fundo, Dilma afirmou que "o FMI nunca mais dirigiu a política brasileira". No ano passado, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, não participou da reunião anual da instituição.
O governo brasileiro chancelou ainda o lançamento de duas iniciativas dos Brics (bloco que integra ao lado de Rússia, índia, China e África do Sul) que, segundo analistas, podem reduzir o poder do FMI e de outras organizações financeiras tradicionais: o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e um acordo de reserva de contingência.
O acordo, que prevê a criação de um fundo para socorrer países dos Brics, em tese livraria os membros do bloco de pedir socorro ao FMI.
Há tempos, o Brasil e os demais membros dos Brics cobram mudanças no FMI para que a organização reflita melhor a nova ordem global, cedendo mais espaço e poder de voto a países emergentes. A própria direção do FMI defende a necessidade de reformas, mas a proposta está empacada no Congresso americano, que precisa dar aval às mudanças e teme ceder espaço na instituição a rivais russos e chineses.
Leia mais: 'Indústria não pode ser sacrificada pelo ajuste fiscal', diz presidente do CNI

De devedor a credor

No governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o Brasil recebeu três empréstimos do FMI, somando US$ 67 bilhões (R$ 213 bilhões, em valores de hoje). Como contrapartida, o país teve de realizar ajustes fiscais e cumprir metas definidas pela instituição.
Já no governo Lula, o Brasil sanou sua dívida com o FMI e, em 2009, tornou-se credor do fundo.
Para Paulo Sotero, presidente do Brazil Institute do Wilson Center, centro de pesquisas e debates em Washington, não se pode comparar o momento que o Brasil vive hoje com o que enfrentava nos anos 1990, quando perigava dar calote em suas dívidas e teve de bater às portas do fundo por ajuda.
Hoje, apesar da economia em recessão, o país possui US$ 370 bilhões em reservas internacionais, o que lhe protege dos riscos daquela época, diz ele.
Sotero afirma que, ao visitar Washington e manter reuniões frequentes com o FMI, Levy busca pôr fim a uma "crise de confiança" entre o Brasil e a organização, criada em parte pela postura do ex-ministro Guido Mantega.
"A crise foi alimentada por ele (Mantega) não vir tanto aqui, não manter diálogo. Deve-se estar em contato permanente, não perder nenhuma oportunidade de alimentar a confiança, e é isso o que o Joaquim (Levy) está fazendo."
Sotero diz que, ao se acercar do FMI, Levy também busca tranquilizar investidores, que normalmente compartilham das visões do fundo.
"Ele mostra que o Brasil está dialogando, atento e que valoriza essas instituições".
No painel, Levy atualizou os presentes sobre o ajuste fiscal em curso no país. Ele comemorou a aprovação pelo Congresso de alguns pontos do ajuste e disse que novas medidas serão submetidas aos legisladores em breve.
O brasileiro Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, diz que não é Levy quem tem buscado uma maior aproximação com o FMI, "mas sim o mundo que se interessa cada vez mais pelo que ele tem a dizer" sobre a economia brasileira.
"O importante é que há uma mensagem consistente, reconhecida como uma que conduzirá ao crescimento de longo prazo da economia brasileira."
Em sua visita, o ministro também se reuniu com o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, para tratar da viagem de Dilma a Washington no fim do mês.
Há outro motivo – pessoal – para as vindas frequentes de Levy à capital americana: a mulher e as duas filhas do ministro moram na cidade.
Leia mais: Por que é tão difícil para o governo cortar gastos?

Visita a Paris

O giro do ministro se encerrará em Paris, onde ele se reúne com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em abril, estimulado por Levy, o governo anunciou que firmaria um acordo marco com o grupo, que reúne 34 países, em sua maioria desenvolvidos.
O Brasil já recebeu convites para aderir à organização, o último deles em 2009, mas sempre recusou. Para participar da OCDE, o país teria, entre outras ações, de adotar padrões de transparência nas contas públicas e de combate à corrupção em empresas privadas.
Em 2009, ao justificar a recusa brasileira ao convite, Mantega disse que ela impediria o país de exportar ou importar em moeda local e perdoar as dívidas de nações pobres, o que o Brasil já fez na África e no Haiti.
Assessores do ministério da Fazenda disseram que, em Paris, Levy discutirá a adesão do Brasil ao bloco.
Para Sotero, do Brazil Institute, o gesto marcaria uma nova etapa na relação do Brasil com organizações econômicas mundiais.
"O Brasil sempre teve muita dificuldades com essas instituições (...), mas não são elas que estão impondo nada ao Brasil – quem está impondo as reformas é o governo, é a presidente reeleita, é o seu ministro da Fazenda e é o Congresso nacional".

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Balança comercial tem melhor resultado para maio em três anos

No mês passado, houve superávit comercial de US$ 2,76 bilhões.
Também foi o maior resultado positivo deste ano, acrescentou o governo.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

As exportações superaram as importações na semana passada, resultando em superávit da balança comercial de US$ 2,76 bilhões no mês de maio, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (1). Em maio do ano passado, o saldo positivo somou US$ 712 milhões.
Trata-se do maior superávit para meses de maio desde 2012 (+US$ 2,96 bilhões) e, também, o melhor resultado de todo este ano. Em janeiro e fevereiro de 2015, houve déficits de, respectivamente, US$ 3,17 bilhões e US$ 2,84 bilhões. Em março e abril, o saldo ficou positivo em US$ 458 milhões e US$ 491 milhões.
De acordo com números oficiais, somente a conta petróleo (que engloba este produto, além de combustíveis e lubrificantes) gerou uma melhora do saldo comercial, frente a maio do ano passado, de US$ 1,5 bilhão. As vendas externas destes produtos recuaram US$ 519 milhões em maio deste ano, contra o mesmo mês de 2014, mas as importações recuaram quase quatro vezes mais: US$ 2,03 bilhões.
Importações são as menores em quase quatro anos e meio
De acordo com números oficiais, o patamar das importações, pela média diária (critério considerado mais apropriado por especialistas), que somou US$ 700 milhões em maio, foi o mais baixo, para todos os meses, desde dezembro de 2010 - ou seja, foi o menor patamar em quase quatro anos e meio.

Somente em importações de petróleo, combustíveis e lubrificantes, houve uma queda de 55% em maio, contra o mesmo mês do ano passado, o equivalente a US$ 2,03 bilhões em compras do exterio a menos.
"Certamente o menor nível de atividade econômica causa menor demanda por importados. Não tem nenhum fator pontual. É a situação econômica e cambial [dólar mais alto torna as compras do exterior mais caras]", declarou o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão.
BALANÇA COMERCIAL
Meses de maio, em US$ bilhões
3,453,522,960,760,712,7620102012201401234
Fonte: MDIC
As importações como um todo, frente a maio do ano passado, tiveram uma queda de 26,6%, para US$ 14 bilhões. Além dos combustíveis e lubrificantes, que recuaram 44,3%, também caíram as compras do exterior de matérias-primas e intermediários (-25,3%), bens de capital (-24,3%) e bens de consumo (-16,1%).
Exportações caem menos
De acordo com o governo, as vendas ao exterior somaram US$ 16,76 bilhões em maio, e, com isso, tiveram uma queda de 15,2% sobre o mesmo mês de 2014. Nesta comparação, as recuaram as vendas de produtos básicos (-20,8%), manufaturados (-8,6%) e de semimanufaturados (-4,7%).

Segundo números oficiais, a média diária de importações, em maio deste ano, somou US$ 838 milhões. É o maior valor, para todos os meses, desde setembro do ano passado (US$ 891 milhões). No caso de petróleo, combustíveis e lubrificantes, houve uma queda de 24,5% nas vendas externas em maio - o equivalente a US$ 519 milhões a menos.
De acordo com Herlon Brandão, do Ministério do Desenvolvimento, os produtos básicos registraram um aumento de 19,1% na quantidade embarcada, em maio deste ano. O desempenho só não foi melhor porque o preço destes produtos recuou 33,5% frente ao mesmo mês de 2014. "Tivemos 9,3 milhões de toneladas de soja embarcadas em maio, um recorde para todos os meses. Temos uma safra recorde neste ano e a gente espera volumes robustos de soja", declarou ele.
Acumulado do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a balança comercial registrou déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 2,3 bilhões. Apesar do saldo negativo, houve pequena melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit das transações comerciais do Brasil somou US$ 4,86 bilhões.

Apesar do déficit, foi o melhor resultado para este período desde 2012 - quando foi registrado um superávit de US$ 6,25 bilhões.
Na parcial de 2015, as exportações somaram US$ 74,7 bilhões, com média diária de US$ 739 milhões (queda de 16,2% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 77 bilhões, ou US$ 762 milhões por dia útil, uma queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014.
BALANÇA COMERCIAL
Acumulado janeiro a maio – em US$ bilhões
5,638,526,25-5,38-4,86-2,3201020122014-7,5-5-2,502,557,510
Fonte: MDIC
Resultado de 2014
Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram US$ 731 milhões acima das exportações.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina – país que é um dos principais compradores de produtos brasileiros – e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis.
Estimativas do mercado e do BC para 2015
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 4 bilhões para 2015, com exportações em US$ 210 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 206 bilhões.
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