Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Crescimento na zona do euro será mais lento do que se imaginava

18/8/2014 13:18
Por Redação, com Reuters - de Bruxelas

Na política europeia, há vários tabuleiros sendo jogados simultaneamente pelas mesmas peças, e os liames assim como a falta de comunicação entre eles é enorme
Na política europeia, há vários tabuleiros sendo
jogados simultaneamente pelas mesmas peças, e
os liames assim como a falta de comunicação 
entre eles é enorme

A economia da zona do euro tende a crescer mais lentamente do que o esperado, inicialmente, durante o resto deste ano uma vez que conflitos na Ucrânia e em outros lugares pesam sobre a confiança empresarial, afirmou nesta segunda-feira o Banco Central alemão.
A economia da zona do euro estagnou de forma inesperada no segundo trimestre, pressionada por uma contração na Alemanha e pela estagnação na França, levando a renovados pedidos para que o Banco Central Europeu (BCE) forneça mais estímulo, como compras de ativos em larga escala.
O BCE cortou as taxas de juros a mínimas recordes e lançou uma nova rodada de empréstimos ultrabaratos em junho, o que o BC alemão disse ser “justificável, em conjunto”. Mas o BC alemão também alertou sobre superaquecer mercados financeiros ou imobiliários, e o risco de minimizar incentivos do governo para reformar suas economias.
“Após a estagnação no segundo trimestre, a zona do euro está olhando para uma retomada do crescimento econômico positivo, embora não no ritmo previsto por muitos analistas na primavera (do hemisfério norte)”, disse o BC em seu relatório mensal para agosto.
“As tensões geopolíticas no leste europeu devido ao conflito na Ucrânia bem como em outras partes do mundo parecem agora pesar com mais força sobre a confiança corporativa.”
Sanções europeias contra a Rússia e a resposta do país afetaram em particular a confiança, disse o BC, embora destacando que as restrições comerciais afetarão apenas uma fração das exportações da UE diretamente.
Exportações
O superávit comercial da zona do euro cresceu mais do que o esperado em junho ante o ano anterior, mas a melhora não reflete o efeito total das sanções e sanções retaliatórias impostas pela União Europeia e Rússia devido ao conflito na Ucrânia.
O superávit comercial dos 18 países que usam o euro atingiu 16,8 bilhões de euros em junho contra 15,7 bilhões de euros em junho do ano anterior, uma vez que as exportações cresceram mais do que as importações. Em maio o superávit chegou a 15,4 bilhões de euros.
As exportações não ajustadas sazonalmente subiram 3% durante o ano até junho depois de terem ficado inalteradas em maio, informou a agência de estatísticas da UE, Eurostat. As importações avançaram 2%, também após ficarem inalteradas em maio.
Entretanto, em uma base ajustada sazonalmente, as exportações recuaram 0,5% e as importações avançaram 0,5% em junho sobre maio.
A União Europeia adotou sanções contra a Rússia em julho que tiveram efeito em agosto. Vários líderes europeus foram contra as sanções, classificando-as de ameaça à frágil recuperação da região.

sábado, 16 de agosto de 2014

FT diz que possível candidatura de Marina Silva 'é um enigma para os investidores de todo o mundo'

Jornal britânico faz perfil com tom elogioso, mas questiona a posição da ex-ministra sobre grandes temas

Marina Silva (Foto: Anderson Schineider)
 
O jornal britânico Financial Times publicou mais uma reportagem na edição desta sexta-feira (15/08) sobre os desdobramentos políticos da morte de Eduardo Campos. A publicação diz que cresce a expectativa por eventual candidatura da Marina Silva e que a ex-ministra do Meio Ambiente "tem maior chance de derrotar Dilma Rousseff em outubro". Apesar do tom elogioso ao perfil de Marina, o FT questiona a ex-ministra sobre o que pensa dos grandes temas, como a macroeconomia.
Na reportagem "Brasil abalado pela morte de uma estrela política em ascensão", o FT informa que cresce a chance de uma candidatura Marina Silva, mas destaca que a ex-ministra deu poucas pistas sobre os temas importantes. "A grande questão é que tipo de Brasil que ela iria querer. Com princípios ambientalistas e evangélica convicta, é provável que a senhora Silva lute para formar alianças e vencer o poderoso lobby agrícola", diz o jornal.
O FT reconhece que Marina "defende a estabilidade macroeconômica". Apesar disso, o jornal diz que a ex-ministra detalhou pouco o que pensa sobre a economia. Diante dessa falta de detalhamento, o jornal diz que eventual candidatura Marina Silva "é um enigma para os investidores de todo o mundo". Um dos ouvidos pela reportagem diz que a candidata poderia ser mais amigável ao mercado quando comparada à reeleição de Dilma Rousseff, mas não seria tão positiva aos negócios como eventual vitória de Aécio Neves.
A reportagem tenta, ainda, traçar um breve perfil de Marina Silva. "Ela é de confiança por parte da comunidade evangélica, respeitada por grande parte da elite intelectual do Sudeste pelo trabalho para proteção da floresta amazônica. A luta para superar a pobreza, a doença e o analfabetismo dão um apelo mais amplo", diz o FT, que lembra que a ex-ministra foi um dos nomes que ganhou popularidade durante os protestos populares do ano passado. "Muitos a identificam como um político menos político - um outsider capaz de superar problemas endêmicos como a corrupção", diz o texto.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

UE impõe sanções à Rússia mas o tiro saiu pela culatra

14/8/2014 13:53
Por Redação, com Reuters - de Berlim e Londres

Vladimir Putin pede que separatistas garantam a especialistas acesso ao local da tragédia
Vladimir Putin determinou a adoção de sanções contra os países europeus em retaliação às medidas adotadas pela UE após anexação da Crimeia

A economia da zona do euro registrou estagnação no segundo trimestre do ano, pressionada pela contração na Alemanha e pela falta de crescimento na França. O resultado divulgado pela agência de estatísticas Eurostat nesta quinta-feira foi um alarme para políticos e autoridades econômicas da região de 18 países, que já se prepara para o impacto de sanções retaliatórias contra a Rússia devido à Ucrânia.
A economia alemã, a maior da Europa, se contraiu 0,2% na comparação trimestral, resultado pior do que a projeção do banco central, de estagnação, com o comércio exterior e os investimentos sendo notavelmente os pontos fracos, segundo a Agência de Estatísticas da Alemanha.
– Os números de hoje mostram que a retomada continua fraca demais para lidar com os choques externos, o que significa que o crescimento do PIB provavelmente continuará empacado num modo stop-and-go – disse o economista-chefe do ING Peter Vanden Houte.
A França ainda teve desempenho um pouco melhor, uma vez que seu Produto Interno Bruto estagnou pelo segundo trimestre seguido. Isso forçou o governo francês a confrontar a realidade, afirmando que não cumprirá a meta de déficit orçamentário neste ano e reduzindo pela metade a projeção de 1% de crescimento para 2014.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, votou a entrar em recessão pela terceira vez desde 2008, encolhendo 0,2% no segundo trimestre. A Comissão Europeia afirmou que o relatório desta quinta-feira sobre o PIB mostra a importância de reformas estruturais. “O ajuste em andamento na zona do euro hoje é uma história de profunda mudança estrutural”, disse a jornalistas um porta-voz da Comissão Europeia. “Acontecimentos externos podem elevar as incertezas, mas as fundações continuam intactas.”
O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, atribuiu a desaceleração de seu país a ameaças do leste europeu e do Oriente Médio, além da zona do euro mais fraca. Além disso, ele afirmou que o ritmo no setor de construções continuou durante o inverno ameno, de modo que o segundo trimestre não viu a retomada usual no setor. Mas o PIB alemão deve crescer no restante de 2014, disse Gabriel.
“As taxas de crescimento na Alemanha vão provavelmente retornar a expansão no resto deste ano, mas os riscos do exterior, sem dúvida, aumentaram”, disse ele em comunicado.
Pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters junto a economistas realizadas na última semana deu uma chance de apenas 15% de o Banco Central Europeu começar a imprimir dinheiro neste ano, uma vez que sua recente medida de munir bancos com mais dinheiro barato não entra em vigor até setembro.
A pesquisa coloca as chances de o BCE adotar um programa de quantitative easing em uma em três em 2015. A preocupação para a zona do euro é de que as sanções impostas à Rússia devido à crise da Ucrânia, e a retaliação de Moscou, pese ainda mais sobre o crescimento.
Pesquisas sugerem que uma recuperação no terceiro trimestre é cada vez menos provável. O índice de confiança econômica ZEW divulgado na quarta-feira, por exemplo, mostra que a confiança de analistas e investidores alemães caiu em agosto para o nível mais baixo em mais de um ano e meio.

 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Rússia foge da recessão e autoriza novos fornecedores no Brasil

12/8/2014 13:39
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou

O ministro Nikolai Fyodorov disse que importações da Rússia significam uma revolução no campo para o Brasil
O ministro Nikolai Fyodorov disse que importações da Rússia significam uma revolução no campo para o Brasil

O ministro da Agricultura da Rússia, Nikolai Fyodorov, assinou nesta terça-feira credenciais para que cerca de 100 novos produtores de alimentos do Brasil obtenham permissão do governo para exportar ao seu país. Na semana passada, a Rússia anunciou o embargo às importações de alimentos dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Austrália, entre outros, em retaliação às sanções sofridas por conta da crise com a Ucrânia.
Ao mesmo tempo em que anunciou os embargos, o país também divulgou a habilitação para exportar de mais unidades frigoríficas, além da permissão para a compra de produtos lácteos do Brasil. No Brasil, a medida foi considerada uma “revolução” para o setor de carnes, uma vez que o país deve ganhar ainda mais importância no mercado russo após os embargos aos Estados Unidos.
Fora da recessão
Mesmo diante das sanções aplicadas por EUA e União Soviética, a Rússia parece ter escapado da contração econômica por enquanto, embora tenha períodos difíceis à frente, à medida que as sanções ocidentais relacionadas à Ucrânia passem a fazer efeito, alertaram analistas.
Dados preliminares sobre o Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na segunda-feira mostraram que a economia cresceu 0,8% em termos anuais no período de abril a junho, ante 0,9% de janeiro a março. O número, porém, foi auxiliado por fatores pontuais, e a perspectiva para o resto do ano é complicada uma vez que as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia – e a proibição russa à importação de alimentos em retaliação – agravam um clima de investimento fraco, altos custos de empréstimos e pressão de alta sobre os preços.
Para conter estes efeitos adversos, o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) criou um banco de fomento. Os dados econômicos da Rússia estão sendo observados de perto para avaliar o impacto das sanções, impostas após a anexação por Moscou da Criméia.
As medidas estão agravando uma desaceleração que já era evidente em 2013: economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters no final de julho previam crescimento econômico de apenas de apenas 0,3% em 2014, com contração de 0,5% no terceiro trimestre na base anual.
Os dados preliminares de segunda-feira não forneceram uma avaliação sobre o crescimento na comparação trimestral, levando a uma contínua especulação sobre se a Rússia conseguiu evitar a recessão técnica – dois trimestres seguidos de contração na comparação com o período imediatamente anterior.
Mais empregos
A maioria dos analistas calculou que a Rússia evitou uma recessão técnica, mas veem isso como um consolo fraco para uma economia que ainda enfrentará dificuldades para evitar uma contração na segunda metade do ano.
– Embora o crescimento tenha desacelerado levemente em termos anuais, a produção parece ter crescido no trimestre. Mesmo assim, o alívio deve ser breve – prevê a economista da Capital Economics, Liza Ermolenko, estimando crescimento trimestral no segundo trimestre entre 0,2% e 0,5%.
O economista da VTB Capital Vladimir Kolychev disse que todos os motores de crescimento no segundo trimestre foram temporários: um impulso pontual de estoques maiores, e exportações de gás maiores do que o normal uma vez que consumidores no exterior acumularam estoques para se preparar para possíveis interrupções.
– Já podemos ver nos números de julho que as exportações de gás estão caindo e que os números de produção industrial estão mais fracos, e não está claro o que poderia guiar o crescimento na segunda metade do ano – diz ele.
Um acordo de fornecimento de gás à China, no entanto, tende a mitigar os efeitos da queda no fornecimento para o Ocidente, segundo especialistas. As obras necessárias para levar o gás russo até os parques fabris chineses já começaram, o que tende também a elevar os números do emprego no país.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Maiores economias do mundo perdem o fôlego, constata OCDE

11/8/2014 13:17
Por Redação, com agências internacionais - de Paris, Moscou e Washington

A OCDE mede o desenvolvimento dos países nos cinco continentes
A OCDE mede o desenvolvimento dos países nos cinco continentes
O ímpeto de crescimento na maioria das principais economias desenvolvidas está estável embora a Alemanha e o Japão mostrem sinais de perda de fôlego, informou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta segunda-feira. A organização, com sede na capital francesa, informou que seu indicador que cobre 33 países membros ficou inalterado em junho em 100,5, acima da média de longo prazo de 100.
O indicador, desenhado para apontar pontos de virada no ciclo econômico, sugere que há “ímpeto de crescimento estável” no bloco formado principalmente por países desenvolvidos ricos, disse a OCDE. O indicador tem permanecido em 100,5 desde fevereiro. Entretanto, o crescimento vem perdendo força na Alemanha, onde o índice caiu para 100,2 em junho, contra 100,4 em maio; e no Japão, onde caiu a 100,1 ante 100,4 no mês anterior. Na Itália, melhorou para 101,7, sobre 101,6.
Entre as principais economias emergentes, o indicador para a China ficou inalterado enquanto Índia e Rússia viram perspectivas ligeiramente melhores para expansão. O cenário ficou estável nos Estados Unidos, com leitura de 100,5 desde maio. A OCDE disse que a zona do euro mostrou ímpeto de crescimento estável, com a leitura inalterada em 101,0.
EUA decepcionam
Em linha com o relatório da OCDE, as recuperações global e dos Estados Unidos têm sido “decepcionantes” até agora e podem indicar uma redução no potencial econômico, afirmou nesta segunda-feira o vice-chairman do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, Stanley Fischer. Em uma visão geral dos anos desde a crise financeira e recessão de 2007-2009, Fischer disse que uma desaceleração da produtividade, o declínio da participação da força de trabalho e outros fatores podem ter afetado a capacidade dos EUA de gerar crescimento econômico.
O mesmo pode estar acontecendo por diferentes motivos na Europa, grandes economias emergentes como China e em outros lugares, disse ele, forçando bancos centrais a remodelar seu entendimento de inflação, emprego e crescimento em geral.
– A recuperação global tem sido decepcionante – disse Fischer em declarações preparadas para discurso em conferência econômica na Suécia. O crescimento anual de longo prazo nos EUA pode agora estar talvez em 2%, 1 ponto percentual abaixo da estimativa de autoridades do Fed de 2009, disse ele.
Fischer, o influente número 2 no BC norte-americano, destacou os desafios que as autoridades monetárias enfrentam conforme tentam navegar pelo fim dos métodos não convencionais usados para sustentar a economia nos últimos anos. Continua incerto, segundo ele, se o crescimento mais baixo da produtividade e taxas menores de participação da força de trabalho são agora características permanentes da economia dos EUA –complicando estimativas de crescimento, inflação e o volume de ociosidade nos mercados de trabalho e produtos.
Os mais de US$ 4 trilhões em ativos agora no balanço patrimonial do Fed, segundo ele, também irá dificultar o gerenciamento de taxas de juros de curto prazo.
Rússia cresce
Embora com um crescimento tímido, o Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia chegou a 0,8% no segundo trimestre na comparação anual, segundo dados preliminares do Serviço Federal de Estatísticas divulgados nesta segunda-feira. O resultado ficou levemente abaixo da taxa de 0,9% do país no primeiro trimestre.
O governo projeta oficialmente um crescimento de 0,5% para este ano, mas algumas autoridades sugeriram que a previsão pode ser revisara para cima na direção de 1%. No entanto, economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters esperam que o crescimento econômico fique estagnado no segundo semestre do ano à medida que as sanções do Ocidente devido à Ucrânia contribuam para a fuga de capitais e a queda no investimento, prevendo um crescimento de apenas 0,3% em 2014.

domingo, 3 de agosto de 2014

Sucessão de Mantega detona guerra surd no entorno de Dilma.


BRASÍLIA A presidente Dilma Rousseff tem tratado com discrição da escolha de sua equipe econômica num eventual segundo mandato. Para não fragilizar ainda mais a já desgastada imagem do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ela quer falar em nomes só após o primeiro turno das eleições. Isso, porém, não tem impedido que assessores próximos a Dilma façam campanha a favor de alguns economistas.
O mais cotado para substituir Mantega é seu ex-secretário-executivo Nelson Barbosa. Tem o apoio do ex-presidente Lula, bom trânsito no setor público e é bem visto pelo mercado financeiro.

— É um dos poucos que conseguem dialogar com a presidente sem baixar a cabeça para ela — ponderou uma fonte do governo, lembrando que Dilma gosta dele, mesmo com a incompatibilidade de gênio entre os dois. CAFFARELLI EXERCERIA MANDATO TAMPÃO Como Barbosa e Mantega não se bicam, o Palácio do Planalto já teria criado uma estratégia para que eles não precisem dividir um período de transição na Fazenda. Uma das ideias é deixar o atual número dois da pasta, Paulo Rogério Caffarelli, num mandato tampão entre a eleição e a virada do ano. O nome do próprio Caffarelli foi ventilado como opção para o cargo, mas não ganhou força nas discussões por ainda ser considerado desconhecido. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, também está no páreo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O economista sempre teve a simpatia da presidente e, segundo quem o conhece, alimenta a ideia de ganhar mais poder num segundo mandato. O problema é que Dilma não está tão satisfeita com seu desempenho no atual cargo. — Ele caiu na burocracia do BNDES e virou alvo de reclamações do setor produtivo. Isso irritou Dilma — disse uma fonte. Nos bastidores, também circulam pelo menos outros três nomes que poderiam comandar a economia a partir de 2015: o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos gurus econômicos da presidente. No caso de Tombini, há duas desvantagens: a dificuldade de arrumar um substituto e o fato de ele não ser ligado ao PT. — O Tombini não é petista de carteirinha. Não vão dar a chave do cofre para alguém de fora do partido — justificou uma fonte da equipe econômica. Já Mercadante tem afirmado nos corredores do Planalto que não planeja deixar a Casa Civil num eventual segundo governo. Ele estaria feliz como o todo-poderoso que despacha com Dilma várias vezes por dia, recebe missões e as executa, repassa orientações da chefe aos colegas ministros e ainda participa da articulação política. Ele, porém, não é carta fora do baralho: seu projeto pessoal é suceder a Dilma em 2018. Na Casa Civil, estaria mais perto dessa realização do que na Fazenda, pasta com muitos problemas a enfrentar a partir de 2015. Belluzzo, amigo de Mantega, não aceitaria o convite. O economista diz que deixou a vida pública após ser presidente do Palmeiras e que, agora, suas prioridades são ler e escrever. — Já estou na idade de buscar a felicidade acima de todas as coisas. O Guido é uma pessoa muito injustiçada, mas ele aguenta isso, eu não aguentaria — disse Belluzzo.


Notícia postada originalmente pelo Jornal Extra