Tailândia News (Blog N. 572 do Painel do Coronel Paim) - Jornal O Porta-Voz

Este blog procura enfatizar acontecimentos que comprovam o funcionamento sistêmico da economia mundial, na qual, através de um sistema de "vasos comunicantes", fatos localizados, mas de grande amplitude, afetam o sistema econômico planetário, como um todo e, vice-versa.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dólar cai pelo quarto dia, mas fecha novembro com alta de mais de 6% (Postado por Lucas Pinheiro)

O dólar comercial completou nesta quarta-feira (30) o quarto pregão seguido de desvalorização, mas fechou novembro com mais de 6% de valorização. A baixa do dia veio no embalo da decisão dos principais bancos centrais do mundo de baratear o crédito para enfrentar a crise da zona do euro.

Nesta quarta, a moeda norte-americana recuou 2%, a R$ 1,8128 para venda. No acumulado da semana, o dólar tem queda de 3,9% até o momento.

Com as quedas seguidas, a moeda diminuiu a alta de novembro para 6,47%. No ano, o dólar ainda avança 8,81%.

"A nossa projeção é de R$ 1,80 para o final do ano. Mas daqui até lá é simplesmente um jogo de pôquer", disse o economista-chefe no Brasil da corretora Raymond James, Mauricio Rosal.

"Depende basicamente da situação na Europa. Hoje está R$ 1,80, amanhã pode estar R$ 1,70, R$ 1,90. A gente está numa situação extremamente volátil e deve permanecer aí um bom tempo."

Medidas
Os principais bancos centrais do mundo, incluindo o Federal Reserve (dos Estados Unidos) e o Banco Central Europeu (BCE), anunciaram nesta quarta-feira a redução das taxas cobradas em operações de liquidez em dólares. O objetivo da medida era ajudar bancos europeus, que têm enfrentado dificuldades cada vez maiores para manter-se solventes em meio à desconfiança sobre as contas públicas de países como Itália e Espanha.

O banco central chinês também animou os investidores ao reduzir os depósitos compulsórios -- parcela dos depósitos dos bancos que fica presa na autoridade monetária.

Embora os mercados tenham reagido rapidamente -- com alta de mais de 3% das bolsas norte-americanas --, a ação coordenada pode ter apenas ganhado tempo para que os governos apresentem planos mais concretos para garantir a captação de recursos pelos países europeus mais endividados.

De acordo com Rosal, a reunião de cúpula da União Europeia em 9 de dezembro é importante porque pode "abrir uma janela para uma participação mais efetiva do Banco Central Europeu (BCE) no controle da crise".

A Alemanha se opõe à ideia, mas uma pesquisa da Reuters com 25 analistas mostrou que a maioria -- 16 deles -- aposta que a autoridade monetária europeia acabará sendo um emprestador de última instância.

No Brasil, o Banco Central (BC) tem assistido ao vaivém do mercado sem intervir, por ora. A última atuação do BC ocorreu em 28 de outubro, quando fez um leilão de swap cambial, que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. O fluxo de capitais ao país também não tem sido fortemente prejudicado pela crise externa, com saldo positivo de US$ 686 milhões em novembro até o dia 25.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8109 para venda, em baixa de 2,04% ante terça-feira.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Bolsas e principais ações da Europa fecham em alta nesta segunda (Postado por Lucas Pinheiro)

O principal índice das ações europeias teve a maior alta diária em um mês nesta segunda-feira (28), puxado pelas ações de bancos e seguradoras com a esperança de que os líderes da zona do euro divulguem novas medidas para ajudar a resolver a crise da dívida da região antes de uma cúpula na semana que vem.

O índice FTSEurofirst 300, das principais ações europeias, avançou 3,5%, para 939 pontos.

As principais bolsas europeias também encerraram a sessão com fortes altas, impulsionadas por rumores de possíveis iniciativas para tirar a zona do euro da crise da dívida.

Em Frankfurt, o índice DAX 30 terminou em alta de 4,6%, aos 5.745,33 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 5,46%, aos 3.012,93 pontos. O Footsie 100 de Londres ganhou 2,87% e fechou aos 5.312,76 pontos. Em Milão, a alta foi de 4,6%, aos 14.578 pontos, enquanto que em Madri, o IBEX 35 avançou 4,59%, a 8.119,9 unidades.

Os investidores estiveram atentos aos diversos leilões de dívida soberana marcados para esta semana e especularam sobre uma possível atuação do Banco Central Europeu (BCE) para evitar a disparada das taxas.

A Itália vendeu 567 milhões de euros (US$ 750 milhões) em títulos soberanos hoje, mas pagou uma taxa elevada com a contínua pressão dos mercados para que a terceira maior economia da zona do euro implemente reformas urgentemente. O rendimento dos bônus de 12 anos atingiu 7,20%, 2,7 pontos percentuais acima do último leilão com títulos de mesmo prazo.

Também mereceu destaque o desempenho do varejo nos EUA na 'Black Friday'. A Federação Nacional de Varejo do país mostrou que a movimentação varejista americana desde quinta-feira, feriado de Ação de Graças, até domingo teve alta de 16%, na comparação com um ano antes, alcançando US$ 52,4 bilhões.

*Com informações da France Presse e da Reuters

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dólar tem mais um dia de alta e se aproxima de R$ 1,90 (Postado por Lucas Pinheiro)

Depois de subir quase 3% na véspera, o dólar comercial voltou a fechar em alta nesta quinta-feira (24) e atingiu o maior patamar desde o dia 22 de setembro, quando havia fechado a R$ 1,90. Com isso, cresce a expectativa no mercado por novas intervenções do Banco Central (BC) em meio à piora da crise na zona do euro.

A moeda norte-americana avançou 1,74% nesta quinta, vendida a R$ 1,8921.

Na semana, a alta acumulada já chega a 6,12%. No mês, o dólar tem valorização de 11,13% e sobe 13,57% no ano.

Apesar do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que reduziu o volume do mercado em todo o mundo, continuou a imperar a preocupação com a crise da dívida da zona do euro.

A agência de classificação de risco Fitch reduziu a grau especulativo a nota de Portugal, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou a oposição do país à emissão de bônus conjuntos da zona do euro para fortalecer as finanças de países que, como Grécia e Irlanda, precisaram pedir ajuda financeira internacional.

A piora externa aumenta a aversão a risco, com impacto direto sobre o real e as commodities, principal componente da pauta de exportações do Brasil.

A volta do dólar ao patamar de R$ 1,90 esquentou a expectativa por novas atuações do BC, que ainda não interveio no mercado em novembro. Operadores ouvidos pela Reuters listaram como possíveis ações a realização de leilões de swap cambial, a venda de dólares no mercado à vista ou a oferta de linhas de crédito em dólar.

Em agosto, porém, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, disse que a atuação do banco se pautava pelo fluxo, o que indica que a venda de dólares no mercado só ocorreria caso houvesse uma saída repentina de moeda.

Os dados mais recentes de fluxo cambial, porém, até o momento mostram uma situação equilibrada no câmbio, com entrada de US$ 1,207 bilhão no mês até dia 18.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8660 para venda, em alta de 1,19% ante quarta-feira.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dólar sobe quase 3% e fecha acima de R$ 1,85 (Postado por Lucas Pinheiro)

Após cair na véspera, o dólar comercial voltou a fechar em forte alta nesta quarta-feira (23), superando R$ 1,85, com os investidores fugindo de aplicações consideradas de risco por preocupações sobre a estabilidade dos bancos europeus e por sinais de que a crise de dívida pode estar começando a ameaçar a Alemanha.

A cotação da moeda norte-americana avançou 2,94%, fechando a R$ 1,8597 na venda. Este é o maior patamar de fechamento desde o dia 4 de outubro, quando a moeda fechou vendida a R$ 1,8685.

Na semana, a moeda dos Estados Unidos tem alta acumulada de 4,3%; no mês, a valorização é de 9,23%. Já ao longo do ano, o dólar já sobe 11,63%.

O aumento da incerteza e do receio dos investidores começou após dados fracos da indústria chinesa, conhecidos com o resultado do índice PMI para o setor manufatureiro da China, que caiu para 48 em novembro e mostrou a maior contração em 32 meses por causa da fraqueza da demanda local.

Mais tarde, a demanda relativamente fraca por títulos alemães em um leilão de bônus inquietou os investidores, que viram um sinal de que a crise na zona do euro está começando a afetar diretamente a Alemanha, maior economia da região.

Esse foi um sinal perigoso de que o ativo considerado mais seguro da zona do euro pode estar perdendo seu apelo entre os investidores, frustrados pela crise de dívida e pela falta de novas medidas para combatê-la.

Ainda nesta quarta-feira, o banco central da Grécia alertou que o país tem uma última chance de permanecer na zona do euro e precisa de um esforço máximo para evitar sua saída.

Banco Central
A subida do dólar aumenta a expectativa entre operadores por uma intervenção do Banco Central (BC). A autoridade monetária ainda não atuou no mercado este mês.

"É claro que, quando o mercado chega nesse patamar acima de R$ 1,85, sempre vem aquela lembrança de que o Banco Central está aí", disse o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado, citando a possibilidade de uma pesquisa de demanda por swap cambial conforme se aproxima o fim do mês.

Os leilões de swap cambial funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro. Eles foram usados pela autoridade monetária nos últimos dois meses quando o dólar operava em torno de R$ 1,90.

Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, no entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o patamar recente do dólar era "razoável" após várias medidas tomadas pelo governo no primeiro semestre para frear a valorização do real.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8441 para venda, em alta de 2,06% ante a terça-feira.

Na quinta-feira, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, o volume de operações tende a ser menor.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em baixa de 1,62%, pelo quinto dia seguido, aos 54.972 pontos. Este é o menor patamar de fechamento desde o dia 20 de outubro.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FMI lança linha de crédito contra 'contágio' da crise (Postado por Lucas Pinheiro)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (22) a criação de um novo instrumento de empréstimos para "quebrar a cadeia de contágio" de crises econômicas e financeiras, em uma tentativa de ajudar sobretudo países em risco na crise da zona do euro.

Segundo o FMI, a Linha Preventiva e de Liquidez (PLL, na sigla em inglês) vai agir como "um seguro contra choques futuros e como uma janela de liquidez de curto prazo para atender às necessidades dos que estiverem em crise."

A instituição disse em um comunicado que seu conselho de administração autorizou a linha, que havia sido prometida pelo G20 (grupo de 20 países mais industrializados e emergentes), que põe a disposição dos Estados membros um crédito para cobrir suas necessidades imediatas.

A nova linha dará aos países com políticas econômicas relativamente boas acesso a crédito de seis meses, segundo o FMI. Ela também pode ser usada dentro de acordos de 12 a 24 meses, com acesso a até 1.000% da cota dos países.

O dispositivo substituirá a Linha de Crédito de Precaução. A diferença é que a antiga linha de crédito era concebida para ser guardada como uma reserva, enquanto que esta deve ser utilizada de forma imediata.

"O fundo foi convidado a reforçar o seu kit de ferramentas de empréstimos para ajudar os membros a lidar com crises. Agimos rapidamente, e as novas ferramentas nos permitirão responder de forma mais rápida e eficaz para o benefício de todos os membros", afirmou a diretora do FMI Christine Lagarde, em nota.

O Fundo também adotou um novo Instrumento Rápido de Financiamento (RFI,na sigla em inglês) para países com necessidades urgentes no balanço de pagamentos oriundas de choques exógenos, como desastres naturais.

*Com informações da Reuters e da France Presse

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dólar tem dia de alta e fecha acima de R$ 1,80 (Postado por Lucas Pinheiro)

O dólar fechou com valorização nesta segunda-feira (21), em meio a um impasse no Congresso americano sobre os planos de redução do déficit orçamentário dos Estados Unidos. Além disso, persistiam as preocupações sobre a crise de dívida soberana na zona do euro.
A moeda comercial norte-americana fechou o dia cotada a R$ 1,813 para a venda, alta de 1,68%.
É a maior cotação de fechamento desde 5 de outubro, quando a taxa de câmbio fechou a R$ 1,8315.
No mercado de ações, a Bovespa encerrou o pregão desta segunda em baixa de 0,79%, com investidores ainda preocupados com a Europa.
Na sexta-feira (18), a moeda norte-americana avançou 0,16%, a R$ 1,783 para venda. Na véspera, a divisa tinha subido 0,76%.
Na semana, o dólar acumulou alta de 2,24%. Em novembro, a moeda acumula avanço de 4,72% e no ano, de 7,02%.
Moedas de outros países emergentes ou com economia ligada a commodities, como o peso mexicano e o dólar australiano, também se desvalorizaram em mais de 1%  por causa do aumento da aversão a risco no mercado global.
As bolsas norte-americanas caíam mais de 2% após um comitê suprapartidário fracassar em definir cortes de gastos no Orçamento dos Estados Unidos. Em agosto, a agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a nota da dívida do país de 'AAA' para 'AA+' por causa do crescente déficit orçamentário.
Enquanto isso, na Europa, investidores continuaram preocupados com o contágio da crise da dívida de Grécia e Itália sobre os países centrais da zona do euro. Dados do Banco Central Europeu (BCE) mostraram um aumento das compras de bônus soberanos pela autoridade monetária a 8 bilhões de euros na semana passada.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Standard & Poor's eleva nota do Brasil (Postado por Lucas Pinheiro)

A agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou nesta quinta-feira (17) que elevou em um degrau a nota de crédito soberano do Brasil, sob a justificativa de que o governo tem demonstrado seu compromisso de atingir as metas fiscais.

Quanto maior o rating de um país, melhor ele é sob o ponto de vista de atração de investimentos.

Em comunicado, a S&P informou que elevou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de BBB- para BBB, com perspectiva estável.

A nota representa o segundo degrau na escala considerada "grau de investimento", dada a países avaliados como  investimento seguro pelas agências.

No mercado financeiro, o rating de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram que são bom pagadores de seus compromissos.

Em comunicado que acompanhou a decisão, a agência diz que o governo Dilma Rousseff demonstrou seu compromisso em cumprir as metas fiscais, ampliando assim o escopo para usar instrumentos monetários para influenciar a economia doméstica.

A S&P também aumentou o rating de longo prazo em moeda local, de BBB+ para A -.

Ao mesmo tempo, reafirmou os ratings de curto prazo para país de A-3 para moeda estrangeira e A-2 para a moeda local. A perspectiva do país é estável.

Boa fama em meio à crise
A melhora da nota do Brasil foi anunciada em um momento em que a incerteza sobre  a capacidade dos países de pagarem suas dívidas é o centro da crise financeira mundial, e a falta de confiança na saúde financeira dos governos europeus tem afugentado investidores acostumados a investir em títulos dessas nações.

A Standard & Poor's foi a primeira agência a conceder o grau de investimento ao Brasil, em abril de 2008.

Em agosto, a agência havia anunciado perspectiva positiva de melhorar essa avaliação do país.

Após o anúncio da S&P, o Ministério da Fazenda divulgou nota em que qual avalia que a decisão é um "reconhecimento de que a política econômica encontra-se na direção correta e de que são sólidos os fundamentos macroeconômicos do país".

"Esperamos que o governo persiga políticas monetária e fiscal cautelosas que, combinadas com a resiliência do crescimento econômico do país, devem moderar o impacto de potenciais choques externos e sustentar as perspectivas de crescimento de longo prazo", destaca a agência.

Outras agências
A Standard & Poor's é a terceira das grandes agências de classificação de risco a colocar o Brasil no segundo degrau do grau de investimento. Em abril, a Fitch já havia elevado a posição brasileira, de BBB- para BBB, também um nível acima do grau de investimento por essa agência. Em junho, foi a fez da Moody's.

Entenda o que significa
A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.

A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão.

O principal benefício de o país se tornar "investment grade" é atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.

Com informações da Agência Estado, Reuters e Valor Online

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Senado aprova medida que institui cobrança de IOF sobre derivativos (Postado por Lucas Pinheiro)

O plenário do Senado aprovou, na tarde desta quarta-feira (16) o projeto de Lei de Conversão (PLV) 26/2011, originário da medida provisória 539, que institui a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre transações com derivativos (contratos cujos valores estão ligados ao preço de outro bem ou ativo) vinculados à taxa de câmbio do dólar.

O relator da matéria, senador Blairo Maggi (PR-MT), não fez alterações no texto que já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados no início de outubro. A medida, proposta pelo Executivo, segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o texto, os exportadores podem descontar o IOF pago nas operações de derivativos com o valor devido em outras operações nas quais esse tributo incide. Se houver sobra de crédito, ela poderá ser compensada com outros impostos devidos à Receita Federal.

Maggi, contudo, afirmou que fez uma espécie de "acordo" com o Ministério da Fazenda, a fim de que seja reduzida a alíquota dos exportadores para 0%. Pelo projeto, a alíquota poderia chegar a até 25%. "Eu negociei um decreto com a Fazenda para que a alíquota fique em 0% para o exportador. Os termos do decreto, a Fazenda que vai definir", afirmou o relator.

A cobrança de IOF sobre derivativos tem como objetivo conter a especulação cambial. O texto autoriza o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar essas operações com o imposto.

A medida
A tributação sobre as operações com derivativos – usados como apostas das empresas e bancos, brasileiros e estrangeiros no mercado futuro, e que pressionam para baixo a cotação do dólar – foi anunciada em julho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Pela Medida Provisória publicada então no Diário Oficial, essa taxação pode chegar a 25%.

A medida foi tomada, naquele mês, por conta da desvalorização contínua do dólar frente ao real, que chegou a fechar abaixo de R$ 1,54, o menor patamar em mais de 12 anos. A cobrança funcionaria, segundo Mantega, como um tipo de "pedágio" nas operações de derivativos, diminuindo sua rentabilidade e contribuindo, deste modo, para diminuir a pressão por queda do dólar.

No mês passado, com a inversão do câmbio e valorização do dólar frente ao real, em virtude do aprofundamento da crise externa, o ministro informou que a data do recolhimento da cobrança maior do IOF sobre derivativos passou de 5 de outubro para dezembro deste ano.

Derivativos
Os derivativos são instrumentos financeiros cujo preço de negociação é baseado no preço futuro de algum outro ativo, como ações, câmbio ou juros.

Investidores utilizam esse instrumento em diversas formas no mercado financeiro: uma delas funciona como se fosse um seguro de preço e tem como objetivo proteger o investidor contra variações de taxas, moedas ou preços.

Para ter proteção contra as variações do câmbio, por exemplo, os investidores podem optar por uma operação de derivativos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MPs fazem operação e denunciam sonegação de mais de R$ 1,5 bilhão (Postado por Lucas Pinheiro)

Operação nacional de combate à sonegação fiscal, desencadeada nesta quarta-feira (9) por Ministérios Públicos Estaduais em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal, identificou possível sonegação fiscal de R$ 1,532 bilhão em impostos estaduais e municipais.

Ao todo, foram formuladas 473 denúncias, envolvendo 480 empresas e 765 pessoas. A operação é coordenada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (Gncoc). Este é o terceiro ano consecutivo em que o grupo deflagra o tipo de operação.

Os 17 estados são Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Amazonas, Amapá, Paraíba, Ceará, Sergipe, Pará, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná, além do Distrito Federal.

"A maioria dos crimes envolve sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas também alguns delitos por sonegação de ISS (imposto Sobre Serviços)", afirmou o procurador geral de Justiça da Paraíba e presidente do Gncoc, Oswaldo Trigueiro do Valle Filho, em entrevista no Rio de Janeiro.

Operação reuniu 136 promotores
O presidente do Gncoc elogiou os resultados da operação, que contou com 136 promotores e procuradores, além de 1.811 auditores das receitas federal e estaduais. “É um número bem mais expressivo do que o de 2010, quando R$ 1 bilhão foi alvo de denúncias, sob suspeita de sonegação”, frisou. A operação também contou com a participação de secretarias de Fazenda e de Segurança Pública de vários estados.

De acordo com o Gncoc, o valor da sonegação pode ser ainda maior. As secretarias estaduais de Fazenda encaminharam aos MPs informações sobre R$ 16,441 bilhões em representações fiscais de crimes de sonegação que não foram ainda alvo de denúncia.

Os suspeitos podem ser condenados de 2 a 5 anos de prisão por diversos crimes como omissão de receitas, não emissão de notas fiscais e prestação de informações equivocadas.

Foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão em vários estados, mas o número total não foi informado.

Postos de combustíveis no alvo
No Rio e em São Paulo, o principal foco foi o combate à sonegação fiscal em postos de combustíveis. Somente em São Paulo, foram fiscalizados 104 postos, dos quais 26 foram fechados e tiveram a inscrição estadual cancelada. Outros dois postos, que funcionavam graças a ordens judiciais, que foram revogadas, tiveram as bombas lacradas novamente. E um posto teve as bombas de abastecimento retiradas, pois, apesar da inscrição cassada, continuava funcionado irregularmente.

“O setor de combustíveis é preocupante, muito complicado e problemático. Em 2012, o Gncoc completa dez anos de existência, fruto de uma iniciativa pela morte de um colega em Minas Gerais, que combatia os cartéis de postos de gasolina naquele estado”, observou Trigueiro.

No Distrito Federal, 3 mil cadastros fiscais de empresas foram cancelados. “O ambiente de sonegação é amplo. Vai desde o pequeno comerciante até o mais estruturado”, ressaltou Trigueiro. “Hoje, estamos fiscalizando mais de 10 mil estabelecimentos no país, de shoppings centers a lojas de rua. Mas ainda são números tímidos diante de uma demanda reprimida que sabemos que existe”, complementou.

Dinheiro sonegado dificilmente volta aos cofres públicos
Segundo o presidente do Gncoc, o percentual do dinheiro sonegado que volta aos cofres tem sido sempre “extremamente tímido”.

“Esse é um grande problema. Precisamos ter uma modificação legislativa, pois nosso sistema processual é falho. Com algumas modificações, poderemos ter resultados mais expressivos”, comentou.

Em vários estados, promotores foram a escolas para passar informações a alunos e professores e, dessa forma, criar uma cultura de combate à sonegação. “A função educativa é muito importante. Precisamos fazer a população entender a importância de se combater a sonegação. É lá na ponta que a gente vai sentir a falta do dinheiro sonegado: na educação, na saúde, na segurança”, ressaltou Trigueiro. “Também queremos combater aquela mania de o empresário sonegar, ou de alguma forma driblar o poder público”, finalizou.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

G20 não alivia tensões e bolsas europeias fecham em queda (Postado por Lucas Pinheiro)

As bolsas de valores da Europa encerraram a sexta-feira (4) em queda, com os bancos italianos liderando o movimento depois de o rendimento dos bônus do país atingir recorde de alta em meio à recusa do país de aceitar ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um clima generalizado de incertezas na zona do euro também não foi dissipado pela reunião do G20 em Cannes. Além disso, o dia é decisivo para a Grécia, com o governo do primeiro-ministro George Papandreou "lutando" para sobreviver em meio à crise financeira do país.

Papandreou espera receber um "voto de confiança" do Parlamento nesta sexta, por volta das 20h (horário brasileiro de verão). Há a chance de que ele deixe o governo após tanto desgaste.

A Grécia desistiu de realizar o referendo anunciado pelo primeiro-ministro, o que poderia levar a zona do euro a uma crise pior, segundo disse, nesta sexta-feira, em comunicado, o ministro das Finanças Evangelos Venizelos.

Em 1º de novembro, Papandreou provocou novas turbulências nos mercados e na zona do euro ao anunciar que convocaria um referendo sobre o novo pacote de ajuda da União Europeia, perguntando aos eleitores se querem adotá-lo ou não.

Na Itália, o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, recusou nesta sexta uma oferta de recursos do FMI, que colocou o país sob supervisão.

Índices
Nos mercados, o índice FTSEurofirst 300 de bolsas europeias caiu 0,9%, para 981 pontos, acumulando na semana recuo de 3,6%, o primeiro em seis meses.

Os bancos italianos Intesa SanPaolo e UniCredit perderam, respectivamente, 4,8% e 6,6%.

Frankfurt fechou em baixa de 2,72%, Paris, em queda de 2,25%, Milão, recuo de 2,66% e Madri, de 1,33%. Fora da Eurozona, a Bolsa de Londres perdeu 0,33%.

*Com informações da Reuters e da AFP